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Política Presidente do Supremo Luiz Barroso diz que o papel do Judiciário é “sempre desagradável”

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Presidente do STF diz que rejeição a juízes é resultado da insatisfação da parte não contemplada em uma decisão. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que o papel do Judiciário é “sempre desagradável” e que existe um grau de rejeição dos juízes uma vez que a categoria sempre precisa decidir algo que gera insatisfação entre as partes. Ele reforçou que isso fica mais sensível no caso da Suprema Corte brasileira que decide assuntos “divisíveis” da sociedade. Barroso chegou a brincar que “não há salvação para o Judiciário”.

Barroso lembrou que o Judiciário enfrenta “litígios que muitas vezes contrapõem interesses poderosos” e citou as disputas entre indígenas e representantes dos agronegócios e o Fisco e contribuintes.

“Se nós decidirmos em favor das comunidades indígenas, as pessoas ligadas ao
agronegócio vocalizam a sua insatisfação. Se a gente decide em favor do
agronegócio, as pessoas ligadas às comunidades indígenas vocalizam a sua
insatisfação. Se a gente decide uma questão em favor do contribuinte, somos
acusados de não termos responsabilidade fiscal. Se a gente decide em favor do
Fisco, somos acusados de sermos pró-Fazenda. Portanto, não há salvação para o Judiciário”, exemplificou.

A fala ocorreu na abertura da 31ª edição dos Prêmios Dom Quixote e Sancho Pança, que reconhece personalidades do cenário jurídico e social, na sede do Supremo. O prêmio é realizado pela Revista Justiça e Cidadania.

Entre os homenageados estão o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Benjamin.

Extremistas

Barroso disse que os “populismos extremistas de direita e de esquerda” se aproveitam da falta de igualdade e de prosperidade para se infiltrar nas democracias. A declaração ocorreu no evento Papo Supremo, onde o ministro fez palestra para estudantes do Sesi, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nessa quarta-feira (23).

Após falar sobre sua trajetória e da importância da dedicação aos estudos e do autoconhecimento, Barroso fez considerações sobre democracia, inteligência artificial e mudanças climáticas.

“Quem pensa o mundo tem que se apegar aos valores democráticos, mas os populismos extremistas de direita e de esquerda fluem pelos desvãos da democracia, que são basicamente as promessas não cumpridas de prosperidade e de igualdade de oportunidade para todas as pessoas. Esse continua sendo o grande compromisso não cumprido das democracias”, disse o ministro.

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