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Política Discurso de Lula no Brics inclui apelos contra mudança climática, crítica às guerras e defesa da taxação dos “super-ricos”

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No próximo ano, o comando do Brics será ocupado pelo Brasil.

Foto: Ricardo Stuckert/PR
No próximo ano, o comando do Brics será ocupado pelo Brasil. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nessa quarta-feira (23), da reunião presidencial da Cúpula do Brics em Kazan, na Rússia. Lula discursou por videoconferência. Ele foi impedido de viajar, por precauções médicas, após cair no banheiro do Palácio da Alvorada, bater a nuca e precisar levar cinco pontos. A reunião foi coordenada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, que está no comando rotativo do bloco. No próximo ano, esse comando será ocupado pelo Brasil.

No discurso curto, de apenas 7 minutos, Lula recorreu a temas frequentes nas suas últimas participações em fóruns internacionais, incluindo apelos contra a mudança climática; defesa da taxação dos “super-ricos” e do combate à fome; crítica às guerras no Oriente Médio e no Leste da Europa; pedidos por democratização do acesso às vacinas e à inteligência artificial; e defesa da criação de uma “moeda comum” para transações entre países do Brics – que, assim, não precisariam usar o dólar para fazer comércio uns com os outros.

Lula afirmou que o Brics é um “ator incontornável” para cumprir as metas globais do Acordo de Paris, que incluem limitar a elevação da temperatura média global a, no máximo, 1,5 ºC em relação aos níveis pré-industriais.

“Não há dúvida de que a maior responsabilidade recai sobre os países ricos, cujo histórico de emissões culminou na crise climática que nos aflige hoje. É preciso ir além dos 100 bilhões [de dólares] anuais prometidos e não cumpridos. E fortalecer medidas de monitoramento dos compromissos assumidos”, cobrou.

Ele aproveitou o discurso no Brics para “divulgar” a pauta defendida pelo país à frente do G20 – grupo que reúne as principais economias do planeta. O Brasil, na presidência rotativa do G20, colocou ênfase em temas como a taxação das grandes fortunas mundo afora e a criação de uma “aliança global” para acabar com a fome.

“Quero agradecer o apoio que os membros do grupo têm estendido à presidência brasileira do G20. Seu respaldo foi fundamental para avançar em iniciativas que são fundamentais para a redução das desigualdades, como a taxação dos super-ricos. Nossos países implementaram nas últimas décadas políticas sociais exitosas, que podem servir de exemplo para o resto do mundo.”

O petista voltou a criticar a resposta militar de Israel contra o Hamas e o Hezbollah e afirmou que é “crucial” iniciar negociações de paz. Diante do presidente da Rússia, Vladimir Putin, Lula mencionou o “conflito entre Ucrânia e Rússia”, mas não condenou a invasão de forma enfática – como fez, por exemplo, ao chamar a Faixa de Gaza de “maior cemitério de crianças e mulheres do mundo”.

“Como disse o presidente Erdogan na Assembleia Geral da ONU, Gaza se tornou o maior cemitério de crianças e mulheres do mundo. Essa insensatez agora se alastra para Cisjordânia e para o Líbano. Evitar uma escalada e iniciar negociações de paz também é crucial no conflito entre Ucrânia e Rússia”, declarou.

Lula ainda informou que a presidência do Brasil no Brics, ao longo de 2025, terá como lema “fortalecer a cooperação do Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável”.  Ele disse que, durante a presidência brasileira do Brics, trabalhará para “reafirmar a vocação do bloco na luta por um mundo multipolar e por relações menos assimétricas entre os países”.

O presidente defendeu ampliar o acesso de países mais pobres a tecnologias como vacinas e inteligência artificial.

“Não podemos aceitar a imposição de ‘apartheids’ no acesso a vacinas e medicamentos, como ocorreu na pandemia, nem no desenvolvimento da inteligência artificial, que caminha para tornar-se privilégio de poucos”, disse.
“Precisamos fortalecer nossas capacidades tecnológicas e favorecer a adoção de marcos multilaterais não excludentes, em que a voz dos governos prepondere sobre interesses privados”, acrescentou.

Lula elogiou o trabalho do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), presidido atualmente por Dilma Rousseff, e destacou que é preciso discutir com “seriedade, cautela e solidez técnica” a criação de meios alternativos de pagamento para transações entre países do bloco. A medida visa substituir o dólar como moeda padrão para essas transações entre nações. No dia a dia da população desses países, a moeda local continuaria sendo usada – como o real no Brasil, por exemplo.

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