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Política Eleições provocam “lavação de roupa suja” no PT e sucessão no partido divide corrente de Lula

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Grupo quer antecipar saída de Gleisi Hoffmann do cargo de porta-voz do partido.(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

A eleição que vai renovar a cúpula do PT, em 2025, é alvo de intensa disputa nos bastidores entre aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Longe dos holofotes, enquanto todas as atenções estão voltadas para o segundo turno dos confrontos municipais neste domingo (27), petistas com e sem mandato fazem articulações para tentar mudar os rumos do partido.

A briga ameaça rachar a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), liderada por Lula e majoritária na legenda. O problema não é apenas entre a ala “fiscalista” do PT, representada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outra que se autointitula “desenvolvimentista” e tem a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, como sua porta-voz.

O embate pela cadeira de Gleisi vai muito além desses clichês e aparências. Por trás de tudo há um motivo mais pragmático: o próximo presidente do PT comandará a campanha da reeleição de Lula, em 2026, ou o nome que ele escolher para a sua sucessão.

Até agora, o cenário das urnas indica um caminho de pedras a ser percorrido pelo PT. Não é à toa que o próprio Haddad tem dito que a sigla precisa começar a construir o “pós-Lula”.

Aliados de Gleisi querem antecipar a saída dela do cargo, prevista para junho de 2025. De 5 a 7 de dezembro, o PT fará um seminário, seguido de uma reunião do Diretório Nacional, com o objetivo de discutir seus novos desafios. A mudança é considerada urgente numa época em que o mundo do trabalho se modifica com a velocidade da luz, as redes sociais criam “fenômenos” como Pablo Marçal e o partido ainda tem cabeça analógica.

Haverá, ainda, um balanço das eleições municipais e já se espera uma “lavação de roupa suja” por causa do mau desempenho petista. Não são poucos os que criticam o fato de o PT ter deixado de lançar candidatos próprios em várias capitais, como em São Paulo – onde a legenda apoia Guilherme Boulos (PSOL) –, para avalizar concorrentes de siglas que sustentam o governo no Congresso.

“O PT precisa, urgentemente, se abrir e investir em uma nova geração de líderes para evitar o risco de se tornar um mero espectador das mudanças no cenário futuro da política”, disse o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). “Nesse momento, o PT e a esquerda têm apenas um fio de relação com a população mais pobre e os trabalhadores, que é o Lula”, afirmou o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP).

A disputa, agora, é sobre como “refundar” o PT. Uma ala acha que Gleisi deve passar o bastão em fevereiro de 2025 por ser uma data simbólica, quando o partido completa 45 anos. A ideia desse grupo é deixar o deputado José Guimarães (CE), líder do governo na Câmara e um dos vice-presidentes do PT, como interino no comando da legenda.

Até o fim de junho, o PT vai realizar o Processo de Eleições Diretas (PED), com voto dos filiados, para a escolha de suas novas cúpulas municipais, estaduais e nacional.

A estratégia da saída antecipada de Gleisi, porém, permitiria a ela assumir um ministério, uma vez que Lula pretende fazer trocas na equipe antes de julho. Como mostrou o Estadão, Gleisi é cotada para a Secretaria-Geral da Presidência e o Ministério do Desenvolvimento Social.

De quebra, o movimento poderia fortalecer Guimarães na briga pela presidência do PT, meses depois, sobretudo se o partido ganhar a prefeitura de Fortaleza, neste domingo, contra o PL de Jair Bolsonaro. Qualquer mudança de cronograma, no entanto, precisa ser aprovada pelo Diretório Nacional.

Após a publicação desta Coluna, Gleisi garantiu que não deixará a presidência do PT antes do fim de seu mandato. “Diga ao povo que fico”, brincou ela. “Eu fiz um compromisso com o presidente Lula de ficar aqui até o término do meu mandato, que é 30 de junho, e vou cumprir. Acho que nossa gestão foi vitoriosa porque pegamos o momento mais difícil do partido”, completou.

Lula chegou a perguntar a Gleisi, logo depois do primeiro turno das eleições, como estava o calendário das eleições diretas no PT. Além de querer levar a deputada para o primeiro escalão, o presidente também trabalha para que o substituto dela no comando do PT seja o prefeito de Araraquara, Edinho Silva. É justamente aí que as divergências se acentuam. (Análise/Vera Rosa/O Estado de S. Paulo)

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