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Política “É desrespeitoso atropelar a discussão sobre Tarcísio presidente”, diz Flávio Bolsonaro

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Flávio diz que é equivocada a ideia de que o pai saiu derrotado nas urnas. nessas eleições municipais. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Encerradas as eleições municipais de 2024, Jair Bolsonaro foi sentenciado pelas análises como um dos derrotados no processo. A questão é: qual a influência desse resultado em 2026, tendo em vista que a última disputa para prefeito não impactou em nada a corrida presidencial seguinte?

O senador Flávio Bolsonaro (PL) falou sobre os resultados de domingo (27). A diferença do biênio 2020-2022 para 2024-2026 é a inelegibilidade de Jair Bolsonaro decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Flavio fala dela, dos confrontos com governadores de direita no segundo turno, do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) , e da sucessão no Rio.

Veja abaixo os principais pontos da conversa:

1) O que dizer da análise geral na imprensa de que Bolsonaro saiu derrotado das urnas?

É completamente equivocada essa análise. Em muitos lugares, a nossa ida ao segundo turno foi uma vitória. Em Fortaleza, nunca tínhamos conseguido, em Belém também. Vencemos em Aracaju, onde não imaginávamos. Mostramos uma força no Norte e Nordeste que nunca tivemos. Jamais trabalhamos eleição para prefeito e vereador desta forma, o PL cresceu muito no Brasil inteiro. No Rio, de onde sou, vencemos em 80% das cidades com os nossos candidatos ou aliados. Em Niterói, todos esperavam lavada do Rodrigo Neves no primeiro turno e o Carlos Jordy fez mais de 40% dos votos.

2) Os argumentos que enaltecem a derrota focam nos resultados de Goiânia e Curitiba…

Dois lugares em que a esquerda perdeu, isso que importa. Quem imaginava a Cristina Graeml no segundo turno? Cultivamos uma mulher que agora tem o potencial de montar uma candidatura no futuro. Em Goiânia, trabalhamos contra um governador, é normal o resultado. E também entendo as declarações do Sandro Mabel no calor da campanha (o prefeito eleito falou que Bolsonaro vai receber o troco pela campanha a favor de Fred Rodrigues).

3) Essas rusgas do Bolsonaro com governadores de direita não vão deixar sequelas?

Passada a campanha, todos temos que sentar e conversar. Nosso projeto é convergente, não faz sentido estarmos separados em 2026. O Sandro Mabel não é um cara de esquerda, pego o telefone e falo com ele a hora que precisar.

4) Falando em governadores de direita, Tarcísio de Freitas não sai mais presidenciável do que nunca da eleição?

É tudo muito precipitado, tanta coisa pode mudar até 2026. Realmente confiamos que Bolsonaro vai reverter a inegibilidade dele e que o papel do Tarcísio é o de ser candidato a governador em 2026. É até desrespeitoso com o Bolsonaro atropelar essa discussão, e não que Tarcísio o faça. Ele vem sempre reafirmando que virá para a reeleição.

5) Vocês têm um encontro marcado com 1º de abril de 2026. Se o Tarcísio não se desincompatibilizar do governo de São Paulo, aí sim vai dar para acreditar que ele não tentará o Planalto…

Exatamente. Até lá, teremos uma solução.

6) O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, disse que é preciso que Bolsonaro entenda a importância de sinalizar para o centro. Você concorda?

Sim, concordo. Mas você tem que escrever aí que eu, Flávio, concordo. Se não meu pai pega o telefone, me liga e dá uma bronca dizendo que estou falando por ele.

7) Isso inclui atrair partidos que hoje estão no governo Lula, como o PSD, tido como grande rival para alguns bolsonaristas?

Sim, não dá para rifar ninguém. Mas esse sou eu, Flávio, que sempre defendi essas coisas. Não dá para construir as coisas sozinho, é preciso fazer política.

8) E no Rio, quem vocês vão construir para enfrentar uma possível candidatura Eduardo Paes em 2026?

Eduardo diz que não é candidato.

9) E você acredita?

Não (risos). Seremos fortes, com certeza. Paes não terá no estado a força que teve na capital, ele não tem penetração no interior. Agora, é preciso avaliar o cenário. O governador Cláudio Castro será candidato a alguma coisa e sairá do cargo em 1º de abril? Se sair, o Thiago Pampolha vai assumir, mas o MDB nacionalmente estará com a direita ou a esquerda? É melhor, então, o Cláudio ficar na cadeira? E se fizermos um acordo para o Pampolha também sair do cargo e o presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar, virar governador? E se o próprio Bacelar quiser disputar a sucessão? Ou ele quer o Tribunal de Contas do Estado? São muitas questões ainda.

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