Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2024
Os investigados movimentaram R$ 1,6 bilhão em menos de três anos
Foto: PF/DivulgaçãoA PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (30), a Operação Backyard para desmantelar um grupo criminoso responsável pela movimentação de dinheiro para plataformas estrangeiras ilegais, em especial, de apostas esportivas. Os investigados movimentaram R$ 1,6 bilhão em menos de três anos.
Durante a ação, os policiais federais cumpriram nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Itajaí, Balneário Camboriú e Navegantes, em Santa catarina, e em Olinda, em Pernambuco. Veículos de luxo foram apreendidos. Não houve prisões.
Além das buscas, a PF cumpriu ordens judiciais de indisponibilidade de bens e de valores que podem atingir R$ 70 milhões, bem como ordens de bloqueio junto a exchanges de criptoativos em instituições de pagamentos. “Os valores indisponibilizados tendem a ser ainda mais representativos, visto que essas instituições são comumente utilizadas para criar dificuldades na rastreabilidade de recursos”, afirmou a corporação.
O grupo investigado mantém empresas do ramo de provimento de serviços de pagamentos no litoral de Santa Catarina. Basicamente, essas empresas fornecem serviços de tecnologia de pagamentos para plataformas da internet. Identificou-se que o grupo vem prestando serviços de pagamentos para plataformas não autorizadas de apostas esportivas, bem como para o cometimento de golpes na internet.
O dinheiro era encaminhado de maneira informal ao exterior, via criptoativos, configurando o crime de evasão de divisas. Além disso, foram identificados fluxos financeiros dedicados à lavagem de dinheiro para terceiros, incluindo agentes públicos e suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas.
“As investigações demonstraram que, em que pese a altíssima movimentação financeira desse grupo, boa parcela das empresas não mantém qualquer indicativo de efetivo funcionamento. As suspeitas indicam que a maior parte das empresas identificadas em nome dos integrantes do grupo são empresas de fachada ou holdings, que buscam blindar o patrimônio angariado com as atividades desenvolvidas. Há indícios contundente que o grupo criminoso expandiu, nos últimos meses, sua atuação para o exterior, com a abertura de escritórios em países da América Latina e em Portugal”, informou a PF.