Quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2024
Os gastos com fornecedores e prestadores de serviços declarados pelos candidatos a prefeito e vereador neste ano já superam em R$ 1,1 bilhão o custo das eleições municipais de 2020. Os números são da plataforma Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que mostra que o impulsionamento de posts no Facebook foi a principal despesa das campanhas neste ano.
A rede social faturou R$ 123,3 milhões com o impulsionamento de anúncios dos candidatos nesta eleição – 3,5 vezes o valor arrecadado pela rede social há quatro anos, quando a plataforma recebeu R$ 35,5 milhões.
As cifras devem aumentar nas próximas semanas, com a prestação de contas dos candidatos que disputaram o segundo turno no último domingo (27). No total, fornecedores receberam R$ 4,5 bilhões contra R$ 3,4 bilhões em 2020.
Os valores recebidos pelo Facebook em 2024 chamam ainda mais atenção se comparados com os das eleições de 2022, para deputado estadual, federal, senador, governador e presidente da República.
As despesas em eleições gerais costumam ser maiores do que as da corrida para prefeitos e vereadores em função dos cargos em disputa. E mesmo assim o gasto com a rede social de Mark Zuckerberg eleição ficou num patamar próximo ao de 2022, que foi de R$ 129,3 milhões.
Até o momento foram declarados 49.941 serviços de impulsionamento na plataforma. Curiosamente, dos cinco candidatos que mais contrataram a ferramenta, só dois venceram.
O campeão de gastos com o Facebook foi Guilherme Boulos (PSOL), que investiu R$ 8,8 milhões, mas foi derrotado por Ricardo Nunes (MDB). O prefeito, que na largada da campanha amargava baixos índices de popularidade digital nas redes, foi o quinto candidato que mais comprou impulsionamentos no Brasil (R$ 1,7 milhão).
Depois de Boulos, quem mais pagou pelo impulsionamento de posts foi o atual prefeito de Fortaleza (CE), José Sarto (PDT), que não avançou para o segundo turno. O pedetista declarou R$ 4,9 milhões em gastos com o Facebook. O vencedor da disputa na capital cearense, Evandro Leitão (PT), separou R$ 4,3 milhões para a modalidade e foi o terceiro colocado no ranking do TSE.
O ex-coach Pablo Marçal (PRTB), que na corrida para a prefeitura de São Paulo despontou com uma forte popularidade digital e uma “usina de cortes” nas redes sociais por apoiadores em plataformas como o Discord, foi o quarto candidato que mais gastou com impulsionamentos no Facebook no Brasil – R$ 2,7 milhões.
Completam o “top 10” outros dois vencedores no segundo turno de domingo – Eduardo Pimentel (PSD), de Curitiba (PR), com R$ 1,45 milhão, e Fuad Noman (PSD), de Belo Horizonte (MG), com R$ 1,1 milhão. Alex Manente (Cidadania), candidato em São Bernardo do Campo (SP), está em sétimo (R$ 1,4 milhão), mas não se elegeu, assim como Bruno Engler (PL), rival de Fuad, que aparece em décimo (R$ 1,1 milhão).
Já Rubinho Nunes (União Brasil-SP), único candidato a vereador a aparecer entre os dez candidatos que mais dedicaram verbas para o Facebook (R$ 1,2 milhão), foi reeleito. Ele é cotado para suceder o correligionário Milton Leite na presidência da Câmara Municipal de São Paulo.