Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2024
De olho em 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer encontrar uma forma de compensar os deputados Elmar Nascimento (União) e Antonio Brito (PSD), após Hugo Motta (Republicanos) consolidar o favoritismo na corrida pela presidência da Câmara dos Deputados. Esses afagos entrarão na discussão da prometida reforma ministerial.
Tão logo as eleições para a Mesa Diretora sejam definidas, Lula quer debater com Elmar e Brito o espaço de seus partidos no governo. E será aberta a chance de substituir os nomes indicados por União e PSD para a Esplanada.
Ao presidente não interessa o descontentamento das siglas, que cresceram nas eleições municipais. Ainda assim, o foco da reforma será a reeleição de Lula. Portanto, para terem força no rearranjo, os dois deputados precisarão “fazer o L” em 2026.
Se no início do governo Elmar fora vetado na Esplanada pelo histórico antipetista, as negociações na Câmara o reposicionaram politicamente e abriram as portas do diálogo com o Planalto, dizem fontes. Além disso, o deputado, ao romper com Arthur Lira, perdeu a pecha de longa manus do alagoano.
A bancada do PSD no Senado vai votar, na terça-feira (5), às 14 horas, a indicação de Eliziane Gama (PSD) para concorrer à presidência da Casa. Hoje, o favorito ao cargo é o senador Davi Alcolumbre (União), que busca ser candidato de consenso.
A movimentação no Senado veio um dia após o PT anunciar apoio à candidatura de Hugo Motta na Câmara. O PSD mantém a candidatura de Brito, apesar de a desistência ser considerada iminente. Tudo vai depender da conversa, na próxima semana, entre Motta e o presidente do PSD, Gilberto Kassab.
As informações são da Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo.
Emendas
Na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira, formalizou o lançamento da candidatura de Motta. Em 48 horas, seu escolhido já reunia um amplo leque de apoios, do PT de Lula ao PL de Jair Bolsonaro.
Motta tem 35 anos e exerce o quarto mandato. É filiado ao Republicanos, uma das maiores siglas do Centrão. Projetou-se como soldado da tropa de choque de Eduardo Cunha. Agora bate continência para Lira e para o presidente do PP, Ciro Nogueira.
Se não houver uma reviravolta até fevereiro, Motta tende a ser eleito com facilidade. Lira usou a força do cargo para tratorar rivais e emparedar partidos à esquerda e à direita.