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Política Lula x Maduro: como começou a crise com a Venezuela

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A crise entre os países teve início quando o Brasil não reconheceu a autoproclamada vitória de Nicolás Maduro na eleição.

Foto: Ricardo Stuckert/PR
No texto, a chancelaria de Maduro também manifestou “absoluta solidariedade com o povo brasileiro”. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O Itamaraty divulgou uma nota em que considera uma “surpresa” os ataques da Venezuela ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a diplomatas brasileiros após o País ter atuado nos bastidores para bloquear a sua entrada no Brics, o bloco dos países emergentes.

No documento, o Brasil define como “tom ofensivo” o teor das declarações dadas pelo presidente Nicolás Maduro contra Lula, diplomatas brasileiros e assessores do Palácio do Planalto.

“A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo”, se posicionou o governo brasileiro, que ressaltou respeitar “plenamente a soberania de cada país”.

Nesta semana, a Venezuela agravou a crise diplomática ao convocar o embaixador do país no Brasil e afirmou que o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, atua como “um mensageiro do imperialismo norte-americano”.

A crise entre os países teve início quando o Brasil não reconheceu a autoproclamada vitória de Nicolás Maduro na eleição do país, em julho. A vitória foi confirmada por órgão eleitorais venezuelanos que são alinhados a Maduro. Ainda nesta semana, a polícia da Venezuela publicou uma foto com bandeira do Brasil e os dizeres “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”. Na imagem também aparece silhueta de um homem que aparenta ser o presidente Lula.

O anúncio do ministério venezuelano é o capítulo mais recente de um impasse entre os dois países que cresce desde que o governo Lula passou a insistir ao governo do presidente Nicolás Maduro que mostre os registros eleitorais que sustentariam a vitória nas eleição presidencial de 28 de julho, declarada pelas autoridades do país.

Maduro também tem se queixado do veto imposto pelo Brasil à entrada da Venezuela como país associado ao grupo Brics durante cúpula mais recente, realizada na semana passada em Kazan, na Rússia.

O presidente Lula determinou pessoalmente que o Itamaraty bloqueasse a entrada da Venezuela nos Brics durante a cúpula dos líderes do bloco, realizada na semana passada em Kazan, na Rússia.

Jorge Rodríguez, presidente do Parlamento venezuelano, dominado pelo partido governista, disse em comunicado nesta semana que irá propor que a Assembleia Nacional declare Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, persona non grata.

Amorim “tem se dedicado de maneira impertinente a emitir juízos de valor sobre processos que só correspondem aos venezuelanos e venezuelanas e às suas instituições democráticas, o que constitui uma agressão constante que mina as relações políticas e diplomáticas entre os Estados”, acrescenta o comunicado do Ministério das Relações Exteriores venezuelano.

Chefe da assessoria especial da Presidência da República, Celso Amorim disse que autoridades venezuelanas estão “acusando injustamente” o Brasil por barrar a adesão do país vizinho aos Brics — grupo com liderança brasileira junto com Rússia, China, Índia e África do Sul.

Em audiência na terça (29) na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, Amorim disse que a decisão do bloco não foi ideológica. Ele citou que o Brasil acredita que, para ingressar no grupo, é preciso ser um país com influência e que possa ajudar a representar a região.

 

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