Terça-feira, 05 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de novembro de 2024
O orgasmo é conhecido como o ponto mais alto de satisfação em uma relação sexual, mas seus efeitos no corpo vão muito além do prazer. Ele leva a uma série de respostas fisiológicas no corpo humano, podendo trazer benefícios diversos para a saúde mental, cardiológica e imunológica. “O orgasmo é uma experiência totalmente fisiológica e muito complexa que tem implicações bem profundas dentro da nossa saúde emocional e psicológica”, afirma a sexóloga Tamara Zanotelli.
“Durante o orgasmo, temos uma liberação muito poderosa de hormônios neurotransmissores, incluindo a ocitocina, a dopamina, a endorfina e a serotonina. Eles atuam reduzindo diretamente o estresse e, com isso, promovendo o relaxamento e melhorando o nosso humor, aliviando a ansiedade e proporcionando bem-estar”, completa.
Inclusive, segundo a especialista, esse relaxamento profundo, proporcionado pela ocitocina e pela prolactina — que também é liberada durante e após o orgasmo — pode melhorar a qualidade do sono. Uma pesquisa publicada no Sleep and Biological Rhythms observou que a atividade sexual antes de dormir pode melhorar o sono.
Saúde geral
Os benefícios do orgasmo não se limitam apenas ao bem-estar mental. Os efeitos do clímax no corpo beneficiam também outros sistemas do organismo, como o cardiovascular, conforme explica a ginecologista Loreta Canivilo, especialista em reprodução pelo Hospital Sírio Libanês.
“Durante o orgasmo, ocorre o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, o que pode beneficiar a saúde cardiovascular, além de promover a dilatação dos vasos sanguíneos, melhorando a circulação sanguínea”, afirma.
A especialista também explica que, ao atingir o clímax, há um maior relaxamento muscular e estímulo do sistema nervoso parassimpático, podendo intensificar a sensação de relaxamento após o orgasmo. Já no sistema imunológico, o clímax está associado a um aumento na produção de anticorpos, como a imunoglobulina A (IgA), conforme mostrado em um estudo da Wilkes University, podendo ajudar no combate às infecções.
Tudo isso sem contar os efeitos no sistema reprodutivo: “Ocorrem contrações rítmicas dos músculos pélvicos e do útero, ajudando na mobilização dos espermatozoides e facilitando a concepção, além de aumentar a lubrificação vaginal, melhorando o conforto durante a relação sexual”, explica Canivilo.
Tipos de orgasmo
O orgasmo masculino está fortemente relacionado à ejaculação, embora ainda faltem estudos para comprovar se existem outros mecanismos por trás do prazer sexual do homem. Já as mulheres podem usufruir de diferentes tipos de orgasmo. De acordo com Canivilo, são eles:
Orgasmo clitoriano: caracterizado por uma sensação de explosão elétrica localizada e de curta duração;
Orgasmo vaginal: descrito como mais profundo, pulsante e estendido, proporcionando uma satisfação psicológica maior devido à sua natureza difusa e duradoura;
Orgasmo misto: combina sensações do clitóris e da vagina, resultando em uma experiência intensa e complexa;
Orgasmo corporal: envolve o corpo todo, proporcionando uma sensação de liberação total e intensa, mas é mais difícil de ser alcançado;
Orgasmo cervical: relacionado à estimulação do colo do útero, sendo mais profundo e intenso;
Orgasmo mental: ocorre sem estimulação física e direta, podendo ser alcançado por meio de fantasia ou pensamento intenso.
Segundo um estudo publicado em 2017 no The Journal of Sex and Marital Therapy, aproximadamente 37% das mulheres precisam de estimulação clitoriana para chegar ao orgasmo, em comparação aos 18% das mulheres que gozam apenas com a penetração vaginal.
Dificuldade
Uma pesquisa publicada em 2018 na Archives of Sexual Behavior, mulheres heterossexuais relataram chegar ao orgasmo somente em 65% das relações sexuais. Já as mulheres lésbicas relataram que chegam ao clímax em 86% das relações, enquanto as bissexuais, 66% das vezes.
Segundo Zanotelli, um dos fatores que dificultam o orgasmo é a falta de comunicação com o parceiro ou parceira. “Nós sabemos que comunicar suas preferências, desejos e, também, necessidades, aumentam a chance de satisfação. Então, automaticamente, a falta de comunicação é uma das principais questões que dificultam o orgasmo”, afirma a sexóloga.
Mas há outros fatores que podem virar obstáculos para o prazer. A falta de autoconhecimento é um deles e a masturbação pode ser uma forma de driblar o problema. “É importante esse autoconhecimento para conseguirmos realmente chegar ao prazer, porque o orgasmo também é uma questão de estímulo adequado e suficiente na área erógena”, explica. Questões fisiológicas e mentais também podem atrapalhar. As informações são do portal de notícias CNN Brasil.