Terça-feira, 05 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de novembro de 2024
A mulher investigada em Porto Alegre pela morte de uma gestante de quase 9 meses para ficar com o bebê deve responder por homicídio qualificado, aborto e ocultação de cadáver. Se o caso avançar na Justiça e resultar em condenação, a sentença pode passar de 40 anos de prisão.
O inquérito é conduzido pela Polícia Civil, que indiciou a suposta autora, de 42 anos. A conclusão é de que o crime, cometido no dia 14 de outubro, não teve participação de terceiros.
De acordo com informações compartilhadas nessa segunda-feira (4) pelo delegado Thiago Carrijo, responsável pelo caso, Paula Janaína de Melo, 25 anos, foi vítima de traumatismo cranioencefálico provocado por agressão na cabeça. “Ainda não foi possível determinar o objeto utilizado, se foi uma barra de ferro ou pedaço de madeira”, acrescentou.
A perícia aponta que, após o ataque fatal, o bebê foi retirado por meio de um corte no ventre da mãe, que teve o corpo escondido sob a cama de um dos quartos da residência, embalado em cobertores e sacos plásticos. O procedimento também causou o óbito da criança, do sexo masculino.
O que se sabe
Pelo que se apurou até o momento, a investigada havia conhecido Paula nas redes sociais, por meio de um grupo que se dedica a obter doações a recém-nascidos. Ela havia forjado uma gravidez que enganou até o próprio marido e já estaria à procura de uma vítima em potencial nas imediações do bairro Mario Quintana (Zona Leste), onde morava em um apartamento de condomínio.
A gestante era nascida e criada em Alvorada (Região Metropolitana da Capital), mas se mudara com o companheiro e filha adotiva para uma casa também no bairro Mario Quintana. Ela foi então atraída até a residência da mulher, sem desconfiar que a promessa de roupas e objetos para o bebê não passava de uma armadilha.
Após o crime, a investigada teria simulado um trabalho de parto e acabou levada para atendimento no Hospital Conceição (Zona Norte). Foi quando a equipe médica acionou a Polícia, ao perceber que os exames realizados na paciente não eram compatíveis com o de uma gestante. A criança já chegou sem vida à instituição de saúde.
Presa preventivamente desde o dia 16 de outubro, a agora indiciada optou por permanecer em silêncio durante a audiência de custódia. Seu marido foi isentado de culpa – ele contou não ter desconfiado da falsa gravidez da companheira, que inclusive mostrara exames e laudos forjados. Ainda não se sabe como esses documentos foram obtidos.
(Marcello Campos)