Terça-feira, 05 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de novembro de 2024
O candidato a presidente dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, Donald Trump, disse nesse domingo (3) que não lamentaria se alguém disparasse contra jornalistas. A declaração foi dada durante um comício em Lititz, na Pensilvânia, um dos estados-chave na corrida eleitoral pela Casa Branca, e arrisca alimentar ainda mais o clima de tensão que já toma conta do eleitorado americano e do qual o próprio Trump, alvo de um disparo de raspão na orelha em julho passado, já foi vítima.
“Para me matar, alguém deveria disparar através dos jornalistas presentes, e isso não me desagradaria tanto assim”, disse o candidato, que definiu a imprensa como “gravemente corrupta”. Pouco depois, a campanha de Trump tentou contemporizar e alegou que o comentário fazia referência aos atentados contra o republicano e ao fato de a mídia também estar em perigo.
Na última quinta (31), o magnata já havia dito que gostaria de ver armas apontadas para “a cara” de Liz Cheney, ex-congressista e crítico de Trump dentro do Partido Republicano. Em sua passagem pela Pensilvânia, Trump também declarou que “não deveria ter deixado” a Casa Branca após perder as eleições de 2020. Segundo ele, sua administração havia mantido “a fronteira mais segura da história do nosso país” e reiterou que fez um trabalho excelente.
Trump, que se recusou a reconhecer a vitória de Joe Biden em 2020, tem promovido teorias conspiratórias sobre as eleições e dá a entender que pode questionar o resultado das urnas de 2024, caso perca da vice-presidente Kamala Harris.
Invasão do Capitólio
Na manhã de 6 de janeiro de 2021, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump fez um discurso inflamado aos seus apoiadores no National Mall, onde repreendeu publicamente o então vice-presidente Mike Pence por não concordar com seu esquema de rejeitar os votos para Joe Biden.
O democrata havia derrotado o empresário nas eleições presidenciais de 2020 em uma campanha inflamada e tensa. Mas Trump não reconheceu o resultado e afirma até hoje que houve fraude.
Após o discurso no National Mall, milhares de apoiadores do republicano invadiram o Capitólio, principal símbolo do poder político no país, na capital Washington, atacando a polícia e ameaçando enforcar Pence.
Isso aconteceu durante a sessão conjunta do Congresso que confirmaria a vitória de Joe Biden, tradição e rito para transição de governo nos EUA. Parlamentares tiveram que sair às pressas do local e retomar a sessão na madrugada do dia seguinte.
A deputada do Wyoming, Liz Cheney, que foi vice-presidente do comitê que investigou o motim, disse que há um testemunho de que a filha do ex-presidente, Ivanka Trump, pediu ao pai que parasse com a violência. Entretanto, Trump esperou horas até fazer uma declaração pública para pedir o fim dos ataques.
Cinco pessoas, incluindo um policial, morreram durante ou logo após o incidente, e mais de 140 policiais ficaram feridos. O Capitólio sofreu danos de milhões de dólares.
Mais de 1.100 pessoas foram presas sob acusações relacionadas ao ataque ao Capitólio. Destas, mais de 630 se declararam culpadas e ao menos 110 foram condenadas em julgamento. As informações são do portal de notícias Terra e da CNN Brasil.