Terça-feira, 05 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de novembro de 2024
A escola Paulo D´Arrigo Vellinho, no bairro Marechal Rondon, se une a outras cinco Escolas Sesi presentes nas cidades de Pelotas, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Montenegro e Gravataí.
Foto: Dudu LealDez anos após a instalação da primeira Escola Sesi de Ensino Médio, em Pelotas, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) inaugurou uma nova instituição de ensino, desta vez na cidade de Canoas. A sexta escola do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS) abriu suas portas nesta terça-feira (5), em uma cerimônia com muito simbolismo em um das cidades mais atingidas pelas enchentes de maio deste ano.
A Escola de Ensino Médio Paulo D´Arrigo Vellinho, localizada no bairro Marechal Rondon, terá capacidade para atender 360 alunos. No primeiro momento serão abertas vagas para 120 alunos do primeiro ano do ensino médio, e assim, sucessivamente, para os próximos anos, incluindo Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e contraturno para crianças e adolescentes, de 6 a 14 anos, no turno inverso à escola. O início oficial das atividades está marcado para fevereiro de 2025, com a abertura do ano letivo.
O superintendente regional do Sesi, Juliano Colombo, comentou a simbologia dupla da inauguração do novo espaço de ensino. Colombo relembrou que o ginásio que fica logo ao lado da escola serviu como abrigo para mais de 500 pessoas durante o período das enchentes.
“É uma sensação especial, porque eu também vivi esse abrigo. Eu estava aqui e a gente viveu o outro lado, né, do desespero. Então, são os extremos. É o extremo do desespero e hoje da celebração, da felicidade. Hoje a gente consegue transformar uma unidade que viveu um abrigo, em uma unidade que olha pra frente. No sentido de acolher as pessoas, mas também de olhar pra frente, de reconstruir uma cidade melhor, um estado melhor”, disse Juliano Colombo.
Além do superintendente estadual, também participaram da cerimônia de inauguração o presidente da FIERGS, Claudio Bier, a secretária de Educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira, e a gerente da área de educação do Sesi-RS, Sonia Bier.
A abertura do novo centro integra o Programa Indústria pela Educação lançado no Plano Expansão do Sesi, em 2022, e terá sequência ainda este ano com a abertura da Escola Sesi de Lajeado. A expectativa é que novos centros sejam abertos em 2025 nas cidades de Bento Gonçalves e Caxias do Sul. Além de Canoas e Pelotas, as unidades de ensino estão presentes nas cidades de Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Montenegro e Gravataí.
As Escolas Sesi oferecem bolsas de até 100% para dependentes de trabalhadores da indústria. Cada turma é composta por até 30 alunos e as salas são organizadas física e pedagogicamente pela disposição em grupos, de modo que o trabalho coletivo – um dos princípios da Escola Sesi e da indústria 4.0 – seja propulsor da aprendizagem discente. O acesso à tecnologia, incluindo a robótica como ferramenta de aprendizado, também é um incentivo pedagógico importante. A participação e o reconhecimento de projetos de alunos em mostras científicas é uma realidade para os alunos das Escolas Sesi.
6ª Mostra SESI ComCiênci@
Após a inauguração da escola Paulo D´Arrigo Vellinho, nesta terça-feira (5), também ocorreu a abertura da 6ª Mostra SESI ComCiênci@, que apresenta projetos construídos pelos estudantes. Esses projetos trazem soluções inovadoras e ligadas à tecnologia que resolvem situações-problema relacionadas ao cotidiano dos grupos, comunidades e instituições em que os jovens estão inseridos.
Os estudantes do terceiro ano da Escola Sesi Eraldo Giacobbe, de Pelotas, Gabriele Álvaro Macedo e Henrique Milach, ambos de 18 anos, estão apresentando na Mostra o protótipo de um gerador de energia híbrida, eólica e hídrica, voltado a ajudar pessoas que vivem em áreas distantes, onde não há eletricidade ou também para momentos de emergência. Também fazem parte do projeto os estudantes Cristofer Bubolz e João Pedro Grimaldi, de 18 anos.
“O projeto surgiu numa discussão em sala de aula, sobre o acesso à energia da população mundial. Atualmente 733 milhões de pessoas no mundo inteiro não têm acesso à energia elétrica, sendo 1,4 milhão no Brasil. Por isso a gente pensou, como é que podemos resolver esse problema? Aí fomos entender qual é o potencial que o Brasil oferece. A gente vê que no Brasil temos bastante vento e água. E aí a gente pensou, então, vamos fazer uma hibridização, que é algo que ninguém nunca tinha feito”, conta Gabriele.
Henrique afirma que o protótipo, totalmente desmontável e de cerca de 30 centímetros, pode gerar eletricidade suficiente para ligar uma lâmpada LED, carregar um aparelho celular ou um notebook. A ideia dos estudantes, a partir de agora, é estudar as possibilidades de ampliar o projeto para modelos maiores, que poderiam gerar ainda mais eletricidade tanto pelo vento, quanto pelo movimento das águas.
“Nossas escolas têm as disciplinas da Base Nacional Curricular, Português, Matemática, e todos os nossos professores recebem formação para trabalhar também com a tecnologia. Na tecnologia a gente vai desde o computador até a tecnologia com o uso da robótica, a placa de programação… Sempre que trabalhamos um novo tema, iniciamos com uma situação-problema para os alunos resolverem. Então, a ideia é que isso estimule eles a pensar em problemas da sociedade e se utilizem dos conhecimentos da inovação e da tecnologia para contribuir na resolução desses problemas”, explica o diretor da nova unidade de educação, João José Cunha da Silva.
A programação da 6ª Mostra, que se estende até a sexta-feira (8), também inclui palestras com especialistas em temas que circundam a educação, como o mundo do trabalho, as tecnologias, a inclusão, as competências socioemocionais, a emergência climática, a sustentabilidade, o diálogo como princípio e as culturas juvenis. Outras atrações da Mostra Sesi Com Ciênci@ são o Torneio de Robótica First Lego League, nos dias 7 e 8 de novembro, com o tema Submerged e o Torneio de Robótica EJA – no dia 7, às 18h.