Quarta-feira, 06 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de novembro de 2024
O ex-presidente Donald Trump e seus aliados implementaram uma estratégia de fim de campanha que se baseia muito no manual subversivo que ele usou para contestar sua derrota há quatro anos. Desta vez, porém, ele está contando com reforços de grupos construídos com base na falsa noção de fraude.
Antes mesmo da eleição, Trump já estava alegando que os democratas eram um “bando de trapaceiros”, enquanto seus aliados em Estados-pêndulo espalhavam relatos distorcidos de contratempos com as urnas para forçar uma narrativa de fraude generalizada.
Trump e seus apoiadores mais proeminentes apontaram para pesquisas partidárias e mercados de apostas para alegar que ele estava caminhando para uma “vitória esmagadora”, como disse recentemente seu principal defensor, Elon Musk. A expectativa ajuda a preparar o cenário para a descrença e indignação entre seus apoiadores, caso ele perca.
Repetindo padrões
Em um eco direto de sua tentativa fracassada – e, segundo promotores, ilegal – de permanecer no poder após a eleição de 2020, alguns de seus conselheiros mais influentes estão sugerindo que ele tentará novamente reivindicar a vitória antes que todos os votos sejam contados.
Tal movimento deu início aos esforços dele para negar a derrota quatro anos atrás, e ajudou a preparar o cenário para o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Em muitos aspectos, porém, o esforço que levou ao ataque ao Congresso nunca terminou, segundo Joanna Lydgate, presidente do States United Democracy Center, um grupo sem fins lucrativos que trabalha com autoridades estaduais para reforçar a confiança nas eleições.
Apesar de semelhanças, há diferenças importantes entre agora e 2020. O Congresso aprovou uma nova lei, a Ata de Reforma da Contagem Eleitoral, destinada a dificultar a interrupção da certificação final dos resultados pelo Congresso, como Trump tentou fazer quatro anos atrás.
Tumulto à vista
Assessores do republicano indicam que ele deve reivindicar a vitória antes mesmo do fim da apuração. Além de se preparar para contestar os resultados, grupos de apoiadores de Trump têm se mobilizado no aplicativo de mensagens Telegram para organizar “fiscais eleitorais” em áreas democratas para “disputar votos”.
Algumas mensagens mostram homens armados pedindo para que as pessoas se unam em sua causa. O Telegram é a principal ferramenta de organização para extremistas, que tendem a transformar a coordenação digital em ação nas ruas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.