Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de novembro de 2024
Em processo de recuperação econômica desde as enchentes de maio, o Rio Grande do Sul registrou crescimento nas compras e vendas do setor industrial em outubro, bem como na arrecadação do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Os indicadores foram divulgados nessa terça-feira (12) pela Receita Estadual, em novo boletim sobre os impactos da catástrofe ambiental na movimentação econômica dos contribuintes.
As vendas da indústria subiram 7% no mês, em comparação a igual período do ano anterior. Na visão por segmento, foram destaques positivos as categorias Tabacos (43,4%), Pneumáticos e Borracha (20,6%), Madeira, Cimento e Vidro (15,5%). A única queda ocorreu no setor metalmecânico (-5,4%).
Já na análise por região do Estado, as maiores altas foram verificadas no Jacuí-Centro (81,2%), Vale do Rio Pardo (31,3%) e Alto da Serra do Botucaraí (30,6%). As baixas se localizaram na Fronteira Noroeste (-49,1%) e Alto Jacuí (-13%). “Os dados refletem não somente os impactos das enchentes, mas também outros fatores econômicos e sazonais”, salienta o documento da Receita.
O volume de compras das indústrias também avançou, indicando aquecimento da economia estadual. Houve crescimento de 22% em outubro, na comparação ao mesmo mês do ano passado, com destaque para os setores de Combustíveis (87%), Pneumáticos e Borracha (85,4%) e Insumos Agropecuários (34,7%).
Já as compras interestaduais aumentaram 8,4% no período. No topo do ranking aparecem Tabacos (307,4%), Pneumáticos e Borracha (35,6%) e Plástico (30%).
Arrecadação de ICMS
Outro destaque do boletim é o impacto na arrecadação. Em outubro, foram arrecadados R$ 4,21 bilhões em ICMS, montante 3,2% acima da previsão inicial de R$ 4,08 bilhões. Com isso, no acumulado entre os dias 1º de maio e 31 de outubro os cofres estaduais receberam R$ 25,13 bilhões do tributo, valor 4,2% (R$ 1,02 bilhão) superior ao projetado antes das enchentes.
Conforme a Receita, o desempenho foi impulsionado pela retomada da atividade econômica verificada a partir de julho, após quedas expressivas na arrecadação em maio (-17,3%) e junho (-8,9%).
Nível de atividade
Ainda de acordo com o levantamento, o nível de atividade dos estabelecimentos é parecido entre os que integram o chamado Regime Geral, de maior porte, e os do Simples Nacional, composto por micro e pequenas empresas.
Dos 3.307 estabelecimentos do Regime Geral localizados em áreas inundadas, 82% apresentaram oscilação dentro da normalidade na última semana de outubro (nível de atividade a partir de 70% do habitual), 5% operaram com nível médio (entre 30% e 70% do normal) e 13% apresentaram nível de atividade baixo – ou seja, volume de vendas inferior a 30% da média normal registrada antes das enchentes.
No caso do Simples Nacional, dos 5.106 estabelecimentos em áreas que foram inundadas, 15% estavam operando com nível baixo, 3% em nível médio e 82% dentro da normalidade. No período mais crítico da crise, o percentual de normalidade esteve na casa dos 30%.
Como funciona
O boletim econômico-tributário da Receita Estadual avalia os impactos das enchentes de maio no comportamento da economia gaúcha. A publicação apresenta dados que revelam os impactos da catástrofe na realidade das empresas, bem como na atividade econômica (inclusive por setores e segmentos) e na arrecadação do ICMS, principal imposto estadual.
No foco da iniciativa está a ampliação a transparência e o apoio ao processo de tomada de decisões no enfrentamento dos impactos da crise climática. O relatório teve periodicidade semanal em suas primeiras publicações, passando depois da nona edição a ser produzido mensalmente. A íntegra pode ser conferida no site oficial estado.rs.gov.br.
(Marcello Campos)
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