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Política Diplomatas brasileiros minimizam efeito Trump

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“Todos os países têm interesse na superação da fome no mundo", diz o embaixador Maurício Lyrio. (Foto: Reprodução)

A diplomacia brasileira vê efeitos limitados da vitória de Donald Trump, nos Estados Unidos, sobre a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. A frente internacional será oficialmente lançada semana que vem, na abertura da cúpula de chefes de Estado do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro.

Principal negociador do Brasil no fórum internacional, o embaixador Maurício Lyrio disse nessa segunda-feira (11) que a aliança não depende de nenhum país individualmente para ser implementada. “A Aliança Global contra a Fome já tem uma estrutura que foi aprovada e vai ser implementada. A aliança não é dependente de nenhum país”, afirmou Lyrio.

“Todos os países têm interesse na superação da fome no mundo. Isso aí vai além de divergências geopolíticas ou situações específicas em um país ou outro”, completou o embaixador, que também é secretário de assuntos econômicos e financeiros do ministério das Relações Exteriores.

Trinta e um países finalizaram adesão à iniciativa, apontada como a principal marca do Brasil na presidência do G20. O número foi informado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), uma das organizações que atuam no apoio técnico da proposta.

Segundo o Ipea, outros 27 governos enviaram pedidos de adesão à presidência brasileira e aguardam aprovação. Há ainda 50 países que sinalizaram o interesse de entrar na aliança.

“O Brasil conseguiu trazer de volta a discussão de pobreza e fome como linha transversal à discussão de desigualdade, mas colocando uma entrega efetiva”, disse a presidente do Ipea, Luciana Servo, que é uma das coordenadoras do T20, grupo de engajamento que reúne “think tanks” e institutos de pesquisa do bloco.

Independência

A aliança terá uma estrutura de secretaria, cujo principal escritório ficará em Roma, na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Lyrio disse que a medida vai garantir independência em relação à presidência do G20, que é rotativa. “A estrutura de secretaria vai permitir que a gente acompanhe os resultados. É preciso ter uma estrutura que efetivamente acompanhe os resultados”, afirmou.

O Ipea também vai abrigar um dos escritórios da iniciativa, que contará ainda com unidades descentralizadas. “A aliança vai ser um hub. Um dos escritórios ficará no Ipea e será dedicado ao compartilhamento de conhecimento”, disse Fábio Veras Soares, diretor de estudos internacionais do Ipea.

A expectativa é que na reunião dos chefes de Estado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncie os países que aderiram à iniciativa. Também é esperada a divulgação de um comunicado conjunto de todos os países do G20 ao afim do encontro. A medida depende de haver consenso entre os membros do grupo. Lyrio não quis dizer, de uma escala de 0 a 10, quão próximas as negociações estão de uma declaração conjunta. Mas afirmou estar “muito esperançoso que tudo ocorrerá bem”. As informações são do Valor Econômico.

 

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