Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2024
A chamada resiliência hídrica urbana é a capacidade das cidades de antecipar, absorver e se recuperar de problemas relacionados com a água
Foto: DivulgaçãoUm painel sobre resiliência hídrica urbana, realizado nesta quarta-feira (13), durante a Conferência Mundial do Clima, no Azerbaijão, e promovido por várias entidades ligadas à ONU para apoiar soluções locais, por meio da cooperação e apoio financeiro, teve a participação do secretário do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre, Germano Bremm. A chamada resiliência hídrica urbana é a capacidade das cidades de antecipar, absorver e se recuperar de problemas relacionados com a água.
O secretário relembrou a dimensão da inundação de maio, quando 30% do território de Porto Alegre foi atingido, obrigando 160 mil pessoas a deixarem suas casas, com 20 mil famílias de baixa renda perdendo tudo. No setor público, os danos ultrapassaram R$ 13 bilhões, enquanto o setor privado perdeu mais de R$ 6 bilhões.
“Esses números destacam não só a escala da catástrofe, mas também a vulnerabilidade das cidades às alterações climáticas, especialmente quando se trata de desafios relacionados com a água. Construir a resiliência hídrica de uma cidade é essencial, não apenas para proteger vidas, mas também para garantir que a cidade possa continuar a funcionar durante e após eventos extremos”, afirmou Bremm.
Logo após a enchente, a prefeitura criou o Escritório de Reconstrução e Adaptação e Climática, coordenado por Bremm, e o Centro de Monitoramento e Contingência Climática. Já o plano de recuperação da cidade prevê R$ 1,2 bilhão em investimentos prioritários para sistemas de drenagem, proteção contra inundações e recuperação de áreas vulneráveis.
O secretário defendeu políticas públicas regionais e nacionais para o enfrentamento de desastres. “Nossa experiência nos mostrou que as ações locais por si só não são suficientes. As inundações deixaram claro que precisamos de cooperação em todos os níveis de governo para enfrentar desafios que vão além dos limites das cidades, especialmente na gestão de bacias hidrográficas. É essencial que os governos nacionais e regionais apoiem as cidades com recursos financeiros, conhecimentos técnicos e políticas claras. Sem esse apoio, as iniciativas locais só vão até certo ponto”, defendeu o secretário.