Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de novembro de 2024
Bate-papos, palestras e oficinas fizeram parte do repertório do encontro.
Foto: DivulgaçãoA 2ª Edição do Ciclo Preto Sou, que discute cultura, arte e o cotidiano afrodescendente, foi realizado durante esta sexta-feira (8). O evento contou com a participação de diversos artistas, escritores e ativistas da causa como os poetas Reginete Bispo e Ronald Augusto.
A programação da 2ª edição do Ciclo Preto Sou contou com a curadoria da escritora Lilian Rocha, responsável também da primeira Curadoria de Literatura e Cultura Negra da Feira do Livro de Porto Alegre. Ela abordou os “desafios e potencialidades da mulher negra”, ao lado das debatedoras Reginete Bispo, deputada federal gaúcha, a mestre em Relações Étnico Raciais, Sônia Rosa e a jornalista e produtora cultural, Sílvia Abreu.
Durante o encontro, a mestre em Relações Étnico Raciais, Sônia Rosa, revelou que conteúdos dos seus livros infanto-juvenis retratam sua experiência com o racismo, o que ela denomina de literatura negro afetiva. De acordo com ela, suas histórias trazem personagens negros protagonistas, em uma representação que chama de “positiva” e “afetiva”.
“Eu era uma menina carioca negra e favelada, mas que tinha as melhores notas na sala de aula. Ao receber o prêmio, fui vaiada pelo clube inteiro por ser negra, mas minha mãe bateu palmas pra mim. Isso serviu de lição, porque na vida devemos escolher entre as palmas e as vaias”, ressaltou a mestre em Relaçõs Étnico Raciais. Ela conclui ainda ressaltando a importância da literatura como ferramente para driblar o sistema que faz os negros ocuparem cargos e profissões menos valorizadas.
Além dos debates, oficinas também marcaram esta edição, a “Oficina – Poesia e memória: imaginação ou realidade”, foi comandada pela escritora e curadora de literatura e cultura negra da Feira, Lilian Rocha e contou com momentos de atividades práticas, como escrita de versos e pequenos poemas. Ademais, uma das vozes contemporâneas mais importantes da literatura negra produzida no Brasil, o escritor Cuti (pseudônimo de Luiz Silva), participou de um bate-papo sobre os avanços e retrocessos da poesia negro-brasileira na atualidade. “Nós estamos fazendo no Brasil uma literatura extremamente importante”, destacou o escritor.
A 70ª Feira do Livro de Porto Alegre vai até o dia 20 de novembro, na Praça da Alfândega no Centro Histórico de Porto Alegre, com programação diária, sempre das 10h até as 20h.
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