Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de novembro de 2024
O retorno de Donald Trump à Casa Branca pode dar início a uma onda de fusões e aquisições de bancos nos Estados Unidos, já que o governo do republicano tem nomeado reguladores mais abertos à aprovação de grandes negócios no setor, disseram executivos e analistas.
O mercado espera que o setor bancário terá ganhos se os reguladores republicanos flexibilizarem regras de capital e aprovações de fusões quando substituírem os atuais ocupantes dos cargos indicados por Joe Biden.
“Tenho que acreditar que estamos entrando em um momento em que negócios maiores possam ser feitos”, disse Mitchell Eitel, sócio-gerente do escritório de advocacia Sullivan & Cromwell, em uma conferência bancária em Nova York.
O presidente-executivo do Bank of America, Brian Moynihan, disse em outra conferência que os órgãos reguladores devem permitir a realização de operações de fusões e aquisições.
Os órgãos reguladores norte-americanos podem se mostrar mais receptivos a aquisições maiores, derrubando as percepções recentes de que os negócios menores tinham maior probabilidade de serem endossados pelas autoridades.
Um caso importante a testar essa avaliação será o acordo de US$ 35,3 bilhões do Capital One Financial Group para adquirir o Discover Financial.
Os bancos regionais de maior porte também devem ter permissão para comprar rivais e crescer significativamente, criando mais concorrência para os gigantes do setor bancário, cujos depósitos aumentaram nos últimos anos.
“Acho que veremos mais atividade, pois há muita demanda reprimida” para negócios bancários, disse Tom Michaud, presidente-executivo do banco de investimentos Keefe, Bruyette & Woods.
Os bancos de médio porte normalmente melhoram seus retornos sobre o capital depois que os negócios aumentam de escala, disse ele.
“Se não fizermos nada, teremos quatro bancos realmente grandes que ficarão ainda maiores”, disse Michaud.
É provável que grandes bancos regionais, como US Bancorp, Trust Financial e o PNC Bank estejam envolvidos em fusões ou aquisições, disse Randal Quarles, fundador do Cynosure Group e ex-vice-presidente de supervisão do Federal Reserve.
Os três bancos não comentaram o assunto.
Em abril, o presidente-executivo do PNC, William Demchak, enviou uma carta aos órgãos reguladores defendendo uma política de fusões que “seja capaz de criar concorrentes para os maiores bancos globais sistemicamente importantes dos Estados Unidos”, um grupo conhecido como G-SIBs. As informações são da agência de notícias Reuters.