Segunda-feira, 18 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de novembro de 2024
Integrantes do governo brasileiro que participam das negociações do acordo de livre comércio entre União Europeia (UE) e Mercosul já acreditam que a conclusão das negociações deverá ser anunciada na cúpula do bloco sul-americano, no começo de dezembro, e não mais nas reuniões do G20, em andamento no Rio de Janeiro.
Embora haja “outras questões regionais” atrapalhando o anúncio, o principal
empecilho para o anúncio continua sendo a oposição da França. Nessa segunda-feira (18), agricultores franceses voltaram a protestar contra o acordo. Ainda assim, integrantes do governo brasileiro apostam em uma última rodada de conversas na semana que vem, nas quais o acordo seria selado para ser anunciado em dezembro.
No domingo (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente da
Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, debateram o tema em reunião no Forte de Copacabana, antes das reuniões de cúpula do G20. Em sua conta no X (ex-Twitter), Ursula afirmou após o encontro que o acordo tem “grande importância econômica e estratégica” para ambas as partes.
Em entrevista exclusiva concedida ao jornal Valor em outubro, o comissário europeu para o Comércio, Valdis Dombrovskis, que é a autoridade europeia à frente do processo, disse que União Europeia e Mercosul têm “uma janela de oportunidade para encerrar as negociações até o fim do ano”. Lula também vem adotando discurso semelhante, tendo afirmado em setembro, por exemplo, que ambas as partes vão “fechar o acordo ainda neste ano, se Deus quiser”.
“Demos continuidade às conversas sobre os esforços para o acordo entre Mercosul e União Europeia”, disse o presidente brasileiro, ontem, em sua conta no X.
Nessa segunda-feira, a expectativa era de que o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, participasse de um jantar com o presidente da França, Emmanuel Macron, no Rio de Janeiro. Durante o dia, Lula e Macron tiveram uma reunião bilateral. O compromisso estava previsto para ocorrer no domingo, porém, por conta de atrasos nas reuniões, a agenda foi remarcada para essa segunda.
Caso seja concluído, o acordo ainda precisará passar por outras etapas, como a
análise das novas regras pelo Conselho Europeu – as negociações para o acordo tiveram início em 1999.