Terça-feira, 03 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de novembro de 2024
A Polícia Federal (PF) investiga se o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino também era alvo do plano de militares para assassinar autoridades e dar um golpe de Estado no Brasil, impedindo a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República.
A PF cumpriu mandados na última terça-feira (19) contra suspeitos de integrarem uma organização criminosa que teria planejado os assassinatos de Lula, do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes. E investiga se Dino, que na época era senador eleito e tinha sido indicado para comandar o Ministério da Justiça, também estava na mira dos militares.
Dino seria o “Juca” citado em um documento que detalhava o plano criminoso. A PF busca agora comprovar a suspeita de que o magistrado seria o quarto alvo da criminosa operação.
Com três páginas, a papelada em que “Juca” é citado é dividida em tópicos que incluem equipamentos, análises de cenário e de riscos, ele foi impresso no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), em novembro de 2022 e, segundo a PF, levado ao Palácio da Alvorada, onde o então presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda morava. O texto dava apelido a três alvos.
O primeiro deles, Jeca, já foi identificado pela PF como sendo Lula. O plano dizia que, “considerando a vulnerabilidade de seu atual estado de saúde e sua frequência a hospitais”, ele poderia ser assassinado por “envenenamento ou uso de química/remédio que lhe cause um colapso orgânico”.
“Sua neutralização abalaria toda a chapa vencedora [das eleições de 2022]”, diz o documento.
O segundo alvo, apelidado de “Joca”, foi identificado como Alckmin, o vice de Lula. O documento diz que “sua neutralização extinguiria a chapa vencedora”, já que não haveria um substituto automático de Lula que poderia tomar posse como presidente da República em 2023.
O terceiro, que a PF desconfia ser Flávio Dino, ganhou o apelido de “Juca”. Ele foi tratado como “iminência parda do 01 [Lula] e das lideranças do futuro governo”. “Sua neutralização desarticularia os planos da esquerda mais radical”, diz ainda o texto.