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Notícias “Discutir um plano para matar alguém, isso nunca aconteceu”, diz Bolsonaro

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Ex-presidente minimizou sua relação com general indiciado. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um dos 37 indiciados pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil, voltou a negar que tenha planejado impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em entrevista à revista Veja, Bolsonaro também negou qualquer envolvimento em um suposto plano de assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O hipotético planejamento do crime foi revelado pela PF no âmbito da Operação Contragolpe, deflagrada na última terça-feira (19), que culminou na prisão de quatro militares e um policial federal.

“Lá na Presidência, havia mais ou menos 3 mil pessoas naquele prédio. Se um cara bola um negócio qualquer, o que eu tenho a ver com isso? Discutir comigo um plano para matar alguém? Isso nunca aconteceu”, garantiu Bolsonaro.

Ainda segundo o ex-presidente, ele jamais endossaria qualquer plano de golpe de Estado no País.

“Eu jamais compactuaria com qualquer plano para dar um golpe. Quando falavam comigo, era sempre para usar o estado de sítio, algo constitucional, que dependeria do aval do Congresso”, afirmou.

Portas abertas

O ex-presidente minimizou a sua relação com o general Mário Fernandes, com quem mantinha contado direto. Ele disse que enquanto ocupava a Presidência todos tinham acesso livre a seu gabinete, bem como era comum ele próprio passar na sala dos demais auxiliares. Bolsonaro ainda afirmou que jamais soube de um plano de assassinato de autoridades.

“Lá na Presidência havia mais ou menos 3 mil pessoas naquele prédio. Se um cara bola um negócio qualquer, o que eu tenho a ver com isso? Discutir comigo um plano para matar alguém, isso nunca aconteceu”, disse Bolsonaro à Veja.

Indiciamentos

Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e organização criminosa. Também foram indiciados os generais Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice-presidente da República nas eleições de 2022.

Entre os 37 indiciados, ainda estão o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, e Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, partido do ex-presidente da República.

O relatório final da Polícia Federal tem mais de 800 páginas. O documento foi finalizado na tarde de quinta-feira (21) e encaminhado ao STF.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, deve compartilhar o relatório com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Caberá ao PGR, Paulo Gonet, a decisão sobre a apresentação ou não de uma denúncia contra os investigados. O chefe do Ministério Público Federal (MPF) também pode pedir novas diligências.

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