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Economia Governo brasileiro quer retratação formal e recuo do Carrefour após fala sobre carne brasileira

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O posicionamento não foi bem recebido pelo governo brasileiro, nem pelos frigoríficos, que declararam um boicote à empresa. (Foto: Divulgação)

O governo brasileiro espera uma retratação formal do Carrefour após o comentário feito pelo CEO da rede francesa, Alexandre Bompard, sobre a carne produzida em países do Mercosul. Em comunicado a produtores franceses, Bompard alegou ser contrário à proposta de livre comércio entre União Europeia e Mercosul.

Segundo o executivo, em defesa dos interesses de produtores de carne franceses, ele se comprometia a não vender carnes do Mercosul em lojas da rede Carrefour na França. Além disso, Bompard também questionou a qualidade da carne brasileira.

O posicionamento do CEO não foi bem recebido pelo governo brasileiro, nem pelos frigoríficos, que declararam um boicote à empresa. Na tarde dessa segunda-feira (25), unidades do Carrefour em São Paulo já registravam falta de carne nas prateleiras, incluindo marcas como JBS, Marfrig e Friboi.

De acordo com o jornalista Guilherme Balza, da GloboNews, a avaliação de membros do Ministério da Agricultura, do Itamaraty e do Palácio do Planalto é que o boicote dos produtores de carne foi necessário.

Para o governo brasileiro, caso não houvesse uma resposta firme, outros países ou blocos econômicos poderiam questionar a qualidade da carne brasileira e de países vizinhos, o que geraria um grande efeito em cascata. Desta forma, o governo Lula acredita que a rede de mercado francesa irá recuar diante da pressão.

“A reação do agro brasileiro foi forte, como tem que ser, diante de um ataque à imagem da carne brasileira, sem qualquer justificativa, por protecionismo puro e simples, como se já não bastassem tarifas e outras barreiras existentes há décadas”, afirmou um diplomata ao jornalista.

Mediando polêmica

A Embaixada da França no Brasil já está em contato com Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, para ajudar na mediação da polêmica, por meio da negociação de uma reunião entre membros do governo brasileiro e o CEO do Carrefour, ou, até mesmo, uma nova declaração de Bompard para contornar a situação.

A Embaixada do Brasil em Paris também se manifestou oficialmente: “A referida comunicação reflete entendimento e temores infundados sobre a sustentabilidade e a qualidade dos produtos ofertados pela agropecuária brasileira, os quais não se coadunam com a prática de negócios do próprio Carrefour que, diariamente, oferece esses mesmos produtos a seus mais de 2 milhões de consumidores brasileiros, bem como sobre eventual risco aos produtores e consumidores europeus decorrente de importações do Mercosul”. As informações são do portal de notícias Terra.

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