Segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2024
O Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil demitiu na última sexta-feira (22) seu CEO, Carlo Linkevieius Pereira, e seu diretor de estratégia, Otávio Toledo, em função de denúncias de assédio moral. A organização, que busca encorajar empresas a adotar políticas de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, anunciou que o atual senior advisor, Guilherme Xavier, assumirá como diretor executivo de forma interina. As informações são do portal Reset.
O Pacto também abriu um processo para contratar um novo CEO, com uma vaga afirmativa, voltada a incluir grupos historicamente marginalizados. Em outubro, o Ministério Público do Trabalho de São Paulo recebeu uma denúncia coletiva de assédio moral contra Pereira e Toledo, elaborada por 12 pessoas que trabalham ou trabalharam no Pacto Global.
O MPT instaurou um inquérito civil para investigar o caso no último dia 11 e notificou a organização. A dispensa dos diretores ocorreu na data limite que o Pacto Global tinha para se manifestar sobre a denúncia ou tomar providências.
Após receber a denúncia em outubro, a organização criou um comitê especial e contratou o escritório Machado Meyer para analisar os casos. Esse processo segue em curso. As principais denunciantes são mulheres.
Chamadas de burras
Em um caso, Pereira teria batido em uma mesa e repreendido uma colega em função do tema de uma reunião: “Eu sou o CEO dessa porra e decido o que é melhor”. Já Toledo teria chamado as colegas de “incompetentes”, “imaturas” e “burras” e desautorizado uma delas porque “só diz bosta”.
À imprensa, Toledo negou as acusações. “Repudio e nego veementemente as supostas acusações de assédio moral ou de qualquer outra irregularidade nas minhas atividades como executivo do Pacto Global, onde atuei nos últimos seis anos”, disse em nota. Pereira não comentou.
A nota do Pacto, enviada por meio de sua assessoria de imprensa, também informa que o Machado Meyer e o Veirano Advogados estão realizando uma revisão de políticas, procedimentos e ações de monitoramento para garantir maior eficiência na área de compliance.
“Me sinto finalmente acreditando que esta é a oportunidade de a organização se tornar de fato aquilo que ela pode e deve ser”, disse uma das denunciantes, após saber da troca na liderança da organização. As informações são do site Consultor Jurídico.