Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de novembro de 2024
A inflação medida pelo IPCA-15, índice que funciona como uma prévia do IPCA, usado nas metas do governo, ficou em 0,62% em novembro, acelerando em relação a outubro, quando fora de 0,54%. A principal pressão veio dos alimentos e bebidas, que tiveram alta de 1,34%. As carnes subiram 7,54%, o óleo de soja teve alta de 8,38% e o tomate, de 8,15%.
Por outro lado, as contas de luz subiram bem menos. Em outubro, a alta fora de 5,29%. E, agora, foi de só 0,13%, graças à entrada em vigor da bandeira amarela em 1º de novembro.
Acima das expectativas
Com o resultado de novembro, o IPCA-15 acumula alta de 4,77% em 12 meses, acima da meta da inflação estipulada pelo governo, que é de 4,5%. Analistas projetavam alta de 0,50% em novembro e 4,64% em 12 meses, segundo mediana das projeções reunidas pela Bloomberg. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira.
Em outubro, a pesquisa do IBGE apontou que a inflação já havia superado o teto da meta prevista para o ano. Estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta da inflação é de 3% mais 1,5 ponto percentual de tolerância para baixo ou para cima.
Se a taxa estourar o teto da meta, o presidente do Banco Central é obrigado a divulgar uma carta aberta explicando os motivos do não ter cumprido o objetivo fixado para 2024.
Em outubro a carne também subiu e especialistas explicaram que o preço dos alimentos vem subindo por três fatores principais: o clima, a economia brasileira aquecida e a valorização do dólar.
Os analistas apontaram ainda que a expectativa para os próximos meses é que os alimentos continuem a encarecer.
Isso preocupa não só o cidadão comum, especialmente os mais pobres, que sentem o maior impacto no bolso.
André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), explicou em outubro que duas razões principais puxaram o preço dos alimentos para cima: fatores climáticos e a valorização do dólar.
“As secas deste ano atingiram algumas safras agrícolas e a pecuária, aumentando os custos de produção”, explica Braz. Com o clima mais seco e os incêndios ocorridos na Amazônia, Pantanal e Cerrado, a área de pastagem foi reduzida, e a produção de insumos usados na criação do gado, como a soja, também.
“Isso afetou diretamente no custo da produção de carne”, pontua o economista. O preço da carne também foi impactado por um aumento da demanda em duas frentes ao mesmo tempo: interna e externa. No mercado internacional, a valorização do dólar deixou o preço da carne brasileira mais atraente. As informações são do jornal o O Globo e do portal de notícias BBC.