Domingo, 01 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de novembro de 2024
Lula, Nunes e Tarcísio participaram da assinatura de contratos de financiamento de obras de infraestrutura e mobilidade urbana.
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilO presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu na sexta-feira (28), no Palácio do Planalto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para assinatura de contratos de financiamento de obras de infraestrutura e mobilidade urbana.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou o financiamento de R$ 10,6 bilhões para obras da linha 2 do metrô da capital, trecho norte do Rodoanel, trem intercidades entre São Paulo e Campinas e compra de ônibus elétricos.
A cerimônia levou ao Planalto dois aliados políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula nas eleições de 2022. Tarcísio foi ministro de Bolsonaro e lançado por ele como candidato ao governo paulista. Tarcísio, que tem sido cotado para disputar a Presidência em 2026 em razão da inelegibilidade de Bolsonaro, foi o principal cabo eleitoral de Nunes na campanha que o reelegeu prefeito de São Paulo neste ano.
Na ocasião, Bolsonaro apoiou Nunes, mas não se empenhou na campanha. Lula, por sua vez, trabalhou para tentar eleger Guilherme Boulos (Psol), derrotado no segundo turno por Nunes. Os projetos que serão financiadas pelo BNDES estão na carteira de projetos do Novo PAC, o programa de infraestrutura do governo federal.
O BNDES financiará R$ 6,4 bilhões dos R$ 14,5 bilhões previstos pelo governo paulista na obra do eixo norte do trem intercidades, que conectará São Paulo a Campinas. Segundo o governo federal, o empréstimo foi dividido em duas etapas, sendo a primeira, assinada nesta sexta, no valor de R$ 3,2 bilhões.
O banco também financiará R$ 1,35 bilhão para melhorias no trecho norte do Rodoanel, cujo leilão da parceria público-privada (PPP) foi realizado em março. O contrato, conforme o governo federal, prevê ações de mitigação de impactos ambientais, com a construção de 14 passagens de fauna.
Outro projeto que terá apoio do BNDES é a linha 2 Verde do Metrô de São Paulo, que será prolongada em 8,2 quilômetros, com previsão de conclusão das obras até dezembro de 2028.
Atualmente, a linha conecta Vila Madalena à Vila Prudente e terá oito novas estações até a Penha. A obra, segundo o governo federal, exigirá a compra de 44 novos trens, que terão de ser produzidos por empresas brasileiras. O financiamento do BNDES ao governo paulista é de R$ 3,6 bilhões para compra dos trens. O BNDES ainda firmou um contrato com a prefeitura de São Paulo no valor de R$ 2,5 bilhões para a compra de 1,3 mil ônibus elétricos de fabricação nacional.
Lula não discursou durante o evento. Já o vice-presidente Geraldo Alckmin, comemorou a queda da taxa de desemprego no trimestre terminado em outubro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado nesta sexta.
“Uma ótima notícia, o menor desemprego da série histórica, 6,2%. Essas coisas não acontecem por geração espontânea, por acaso. É fruto de trabalho, de boas políticas públicas. E tem tudo a ver com esse nosso encontro de hoje”, afirmou Alckmin.
O vice-presidente também ressaltou a importância do trabalho em conjunto e do respeito à democracia.
“Quero aqui começar celebrando a democracia, como é bonita. Passadas as eleições, os entes trabalhando junto para alcançar o interesse público, o bem comum”, completou o vice-presidente.
Nesse mesmo contexto, Alckmin citou um fato de quando era prefeito, na época da ditadura militar, em que só podiam cumprimentar o presidente da ocasião, que estava no local, aqueles que fossem do mesmo partido dele.
Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante frisou o compromisso de Lula com o “pacto republicano” e o respeito às eleições para viabilizar a parceria com prefeitura e governo estadual. Sem citar Bolsonaro, Mercadante mencionou o plano de golpe de Estado atribuído ao ex-presidente pela Polícia Federal.
“Isso aqui só é possível porque o senhor, além de ser um grande democrata, tem um profundo compromisso com o pacto republicano. Não é fácil que um presidente e um vice-presidente que foram ameaçados de morte, de um golpe de Estado, de tudo que assistimos recentemente, manter a mesma atitude de compromisso ao respeito ao voto popular com quem é eleito”, disse Mercadante.
O ministro da Casa Civil discursou em tom parecido e elogiou a postura de Lula diante das últimas notícias de tentativa de golpe de Estado.
“O senhor mostra, mais do que nunca, a figura de um estadista, que não se abala um milímetro mesmo com todas as informações e notícias que vieram à tona daqueles que tramaram um golpe de Estado. Chegaram a tramar algo que ninguém neste salão ou no país imaginava que poderia acontecer, que alguém teria coragem de tramar a captura, o sequestro, a morte de um ministro do Supremo Tribunal Federal, de um presidente da República eleito e de um vice-presidente da República eleito”, lembrou.