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Política Ministro da Educação evita se colocar como candidato a sucessor do Lula e indica que o PT não está preparado para a aposentadoria do seu principal líder

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Ministro Camilo Santana e Lula em cerimônia de anúncio da expansão do Programa Pé-de-Meia no Estado do Ceará. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Considerado um vitorioso das eleições municipais, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), evita se colocar como um provável candidato a sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Camilo demonstra que o PT não está preparado para a aposentadoria do seu principal dirigente e alerta que o partido precisa se preparar para formar novos quadros.

Nas eleições deste ano, Camilo foi o cabo eleitoral da principal vitória petista: Evandro Leitão foi eleito em Fortaleza (CE), o único prefeito do partido entre as capitais. Para aliados, a vitória empoderou o ministro, cujo trabalho é considerado positivo por Lula. Em entrevista ao Estadão, na última quarta-feira, Camilo afirmou que sua missão é no Ministério da Educação, mas deu recados ao partido.

“Acho que ninguém está preparado para aposentadoria de Lula”, afirmou. “Ele muitas vezes passa mais energia do que muita gente nova, mas é claro que o partido precisa se preparar e precisa construir novas lideranças municipais, estaduais e nacionais, novos quadros.”

Na última eleição, o PT ampliou o número de prefeituras em relação a 2020, passando de 183 para 252 neste ano. O partido, no entanto, perdeu espaço em locais de grande influência, como Araraquara, governada por Edinho Silva (PT), um dos petistas mais próximos de Lula.

Nesse contexto, o ministro da Educação defende que o partido se volte para suas bases e tente compreender o movimento do eleitor. Diz ainda que o próximo presidente da sigla deve ter a missão de aproximar o partido do eleitor.

“O PT teve uma estratégia diferente da última eleição, em 2020, resolveu apoiar muitos candidatos de outros partidos. Isso é um ponto importante a ser avaliado. Outro ponto é que onde o PT lançou o candidato perdemos um número muito grande de municípios, principalmente em alguns estados, como o Estado de São Paulo. É preciso ser feita uma autocrítica para entender o comportamento do eleitor em relação aos candidatos do PT, da esquerda, da centro-esquerda”, disse.

Quatro prefeituras

Em São Paulo, o PT nas urnas teve o pior resultado de sua História, com apenas quatro prefeituras: Mauá, na região do Grande ABC, e Matão, Santa Lúcia e Lucianópolis, no interior.

Camilo Santana diz que o partido precisa se adaptar à nova realidade política e que as aspirações dos jovens mudou. “A realidade de dez, 20 anos atrás é muito diferente da realidade de hoje, o PT precisa entender que o momento é outro. Não é a mesma juventude de antes do Lula, que não tinha universidade, poder aquisitivo. A juventude de hoje, com 18 anos, não viveu essa época. Então a expectativa dessas pessoas também são outras.”

O ministro desconversa sobre possibilidade de vir a se lançar como uma opção futura do PT para a Presidência. “Eu nunca sonhei em ser governador do meu Estado. Aliás, nunca imaginei ser. Sonhar, sonhava. Eu sou muito grato ao presidente, é uma honra ter sido convidado para o Ministério da Educação. O único pensamento que tenho é dar minha contribuição. Para mim, o nosso candidato à reeleição é o presidente Lula”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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