Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 4 de dezembro de 2024
O novo interrogatório será realizado nesta quinta-feira (5), a partir das 15 horas.
Foto: Lula Marques/Agência BrasilUma das figuras centrais nas investigações da Polícia Federal (PF) sobre a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestará mais um depoimento à corporação nesta semana. O novo interrogatório será realizado nesta quinta-feira (5), a partir das 15 horas. A intimação para o depoimento é assinada pelo delegado Fábio Shor, que comanda as investigações relacionadas a Bolsonaro. A PF não informou no âmbito de qual investigação Mauro Cid será ouvido.
O pedido foi necessário porque Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto estão proibidos pelo ministro de manter contato devido às investigações da Operação Tempus Veritatis, da PF. O novo depoimento do tenente-coronel acontecerá duas semanas depois de Mauro Cid ter sido interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, o magistrado manteve a validade da delação premiada do militar à PF.
No depoimento a Moraes, Cid afirmou que não tinha conhecimento do plano de um suposto golpe de Estado no Brasil, que incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Moraes. Mauro Cid é um dos 37 indiciados pela PF no inquérito que investiga a suposta trama golpista de 2022, no fim do governo de Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi indiciado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e organização criminosa.
Também foram indiciados os generais Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice-presidente da República nas eleições de 2022. Entre os 37 indiciados, também estão o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, e Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, partido do ex-presidente da República.
O indiciamento pela PF não significa que Bolsonaro e os outros 36 investigados já tenham se tornado réus ou sejam culpados pelos crimes. Isso só poderá acontecer após o eventual julgamento do caso. O relatório da PF foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), a quem caberá a apresentação ou não de eventual denúncia. Cid chegou a ser preso, mas acabou solto após fechar a delação premiada. O tenente-coronel já prestou pelo menos 11 depoimentos durante as investigações.
O órgão máximo do Ministério Público Federal (MPF), por sua vez, terá um prazo de 15 dias para decidir se apresentará uma denúncia contra os envolvidos, arquivará o processo ou solicitará novas diligências antes de tomar uma posição. Essa etapa deve ser concluída até meados de dezembro, pouco antes do início do período de recesso do Poder Judiciário, no dia 20.