Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2024
“Tieta tinha que ser minha”, afirma Betty Faria, estrela do papel-título da novela escrita por Jorge Amado, sucesso de audiência entre 1989 e 1990 na TV Globo, e que agora é reprisada nas tardes da emissora. A vontade de encarnar a mulher livre, que é expulsa de sua cidade pelo pai e depois volta triunfante, era tamanha, que a veterana intermediou toda a transação e levou a proposta à TV Globo.
Numa publicação em vídeo em seu Instagram, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ex-diretor e ex-vice-presidente de operações da emissora, contou uma curiosa história:
“Quem quis fazer a novela foi Betty Faria. Ela entrou na minha sala dizendo ‘Boni, eu quero fazer a Tieta de Jorge Amado, quero fazer de qualquer maneira essa novela’. Eu disse: ‘É uma boa ideia, mas eu preciso primeiro ligar para o Jorge Amado pra conseguir comprar os direitos dele. Eu vou ver isso aí’. Ela respondeu: ‘Não precisa, está aqui na mesa o contrato. Eu já comprei, os direitos são meus e eu cedo pra TV Globo, desde que eu faça’. E eu: ‘Não tinha outra pessoa pra fazer, senão você. Então está tudo resolvido, vamos de Tieta’”.
Em conversa com o jornal Extra, Betty explicou que não foi bem assim. E relembrou, aos risos: “Imagina se eu tinha bala na agulha para comprar! Eu não comprei. Na verdade, facilitei a aquisição de direitos para a Globo.”
A atriz conta que toda a ideia para que ela vivesse a icônica personagem partiu de Zélia Gattai, esposa de Jorge Amado. “Quem me deu Tieta foi Zélia. Ela disse que Jorge estava escrevendo um romance que dali a alguns anos seria perfeito para eu fazer. Anos depois, descobri que ele tinha uma agente espanhola que era uma fera, não deixava ninguém chegar perto, e que cobrava fortuna pelos direitos. Dei um jeito de encontrar Jorge e falei que eu queria fazer Tieta.”
Para a sua felicidade, o escritor foi receptivo à ideia: “Ele disse que realmente era perfeita pra mim e que me vendia a um preço legal. Aí fui no Boni e falei que queria fazer aquela novela. A personagem tinha que ser minha. Mas os direitos são da Globo, claro.” As informações são do jornal O Globo.
