Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Luiz Carlos Sanfelice | 13 de dezembro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Capítulo XII – Procedimentos de Seleção
Os Equipamentos de Proteção Respiratória variam em desenho, aplicação e capacidade protetora. O usuário deverá, pois, avaliar os perigos de inalação e entender o uso específico e as limitações dos equipamentos disponíveis, para assegurar que a seleção e escolha seja a correta para as condições presentes no local.
Todos os tipos de máscaras ou respiradores devem ser submetidos aos testes e exames determinados pela legislação e, finalmente, obterem o Certificado de Aprovação – CA – rigorosamente limitados aos fins que se destinam e as limitações de sua capacidade, tanto em relação a eventual deficiência de oxigênio quanto a quantidade gás ou gases presentes na atmosfera ou poeiras, fumos, neblinas, vapores ou organismos vivos.
Sem o Certificado de Aprovação, nenhum EPR pode ser usado como elemento de proteção ao trabalho, sob pena de transgressão punida por lei que rege a matéria.
Entenda-se que a “máscara” usada pelos médicos e dentistas em seus procedimentos, em princípio, não são usadas ou destinadas à proteção respiratório do profissional, mas sim para evitar que sua respiração ou sua fala ‘respingue’ perdigotos ou bactérias no paciente em tratamento.
Ao se proceder a seleção de um EPR tenha-se em conta que existem só três formas de proteção classificadas em três categorias. Ou o EPR é um PURIFICADOR de Ar, ou é um PROVEDOR de Ar ou é um CILINDRO AUTOCONTIDO mais conhecido como Máscara Autônoma.
Os PURIFICADORES de Ar são os equipamentos que removem os contaminantes da atmosfera e devem usar-se unicamente em locais com atmosfera que contenham oxigênio suficiente para manter a vida e dentro das limitações de volume de poluente (ppm ou mg/m3) para o qual ele foi aprovado. Assim como ele tem uma capacidade limitada e conhecida de purificar o ar, ele tem, também, um tempo e uma limitação de vida útil, que deve ser rigorosamente observada, sob pena de, esgotada sua capacidade, pôr em risco a vida ou a saúde do usuário. Sentir o cheiro do gás ou ter que forçar a passagem do ar pelo filtro, são os alertas mais sensíveis e rápidos de se saber que o purificador atingiu seu limite de purificação.
Os PROVEDOR de Ar é um sistema gerador de Ar Respirável cujo ar deve ser levado (transportado) até o usuário por uma ‘Linha’ (mangueira, tubo, conduto) até dentro da máscara ou respirador que está sendo usado. Neste caso o ar não estará atravessando nenhum material filtrante nem opondo nenhum obstáculo a respiração e, também, não está sujeito a saturação nem a limitação de tempo de estoque de ar. Toda limitação será determinada pela canseira ou exaustão do operador em função do esforço de trabalho em execução.
Os AUTÔNOMOS ou CILINDROS AUTOCONTIDOS são os equipamentos em que o usuário ‘carrega’ nas costas ou no peito, um cilindro carregado com ar comprimido sob altíssima pressão e que lhe é conduzido até dentro da máscara, por uma ‘traqueia’ flexível. Este tipo de EPR não limita o volume de ar respirado a cada inspiração, nem limita o deslocamento – ele pode andar para o lado que precisar – mas submete-o a ter que suportar o peso do cilindro e se limitar a quantidade ar contido no cilindro. Para momentos de ansiedade, todo EPR desse tipo, dispõe do sistema de by pass.
Capítulo XIII – Tipos e nomes de Purificadores de Ar
Os Purificadores, como vimos são os EPRs que ‘limpam’ o ar que circunda o usuário, ‘parando mecanicamente’ o caminho de aerodispersoides (mg/m3) ou ‘neutralizando quimicamente’ o efeito do gás (ppm).
Usando e consolidando a terminologia correta e adequada, chamamos de “Filtro Mecânico” o anteparo contido no EPR cuja massa é capaz de deter fisicamente o ‘caminho’ da partícula antes que chegue ao nariz ou a boca. Não tem reação química nenhuma. Só detém a partícula.
“Cartucho Químico” e o anteparo contido no EPR cuja massa tem a finalidade de reagir quimicamente com a matéria gasosa prejudicial contida no ar, neutralizando-a e assim purificando o ar.
Como muitas vezes – em verdade na maioria das vezes – o ar ambiente contém ambas situações (gases e partículas) então é preciso deter a partícula e neutralizar o gás. Para isso existem, então os chamados “Cartuchos Combinados” capazes, então, de deter poeiras e neutralizar gases, e são montados nessa ordem. Primeiro o ar encontra a massa mecânica onde fica a partícula e depois encontra a massa química onde reage quimicamente.
Distinga, pois, “Filtro Mecânico” de “Cartucho Químico” e de “Cartucho Combinado”. Todos 3 são filtros, mas cada um tem seu nome e sua função.
Na sexta-feira que vem, seguiremos examinando esse Capítulo XIII.
(Luiz Carlos Sanfelice – lcsanfelice@gmail.com)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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