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Geral ONG evangélica vê interferência do PT em concorrência do Ministério da Saúde

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A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde, excluiu a Missão Evangélica Caiuá da lista de entidades que atuarão na área a partir do ano que vem. (Foto: Divulgação)

A Missão Evangélica Caiuá, uma agência ligada à Igreja Presbiteriana, cuida da saúde indígena no Brasil, contratando equipes para atendimento direto nas aldeias. Nos últimos dez anos, a entidade recebeu mais de 3,4 bilhões de reais em convênios com o governo federal. O acordo, porém, não foi renovado.

A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde, excluiu a Missão da lista de entidades que atuarão na área a partir do ano que vem. A decisão foi parar na justiça. A entidade ingressou com uma ação em que aponta o envolvimento de parlamentares do PT como “esquisitices” consideradas “inexplicáveis” no processo. Relata que a exclusão ocorreu depois de uma intervenção dos deputados Zeca do PT (PT-MS) e Vander Loubet (PT-MS).

Seleção das ONGs

Na petição foi anexado um vídeo no qual Zeca do PT discursa na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul e faz o seguinte relato: “Acompanhando o deputado Vander Loubet, estivemos na Sesai, a Secretaria Especial da Saúde Indígena.

Definitivamente, graças a Deus, o governo do Lula começa a trabalhar com a ideia de acabar com o convênio com a Missão Caiuá”. Zeca do PT foi governador do Mato Grosso do Sul e é amigo pessoal do presidente da República. O pronunciamento foi feito pouco antes da seleção das ONGs que prestariam os serviços ao governo.

“É no mínimo preocupante que uma semana após o início da chamada pública haja um vídeo de um deputado estadual do partido do governo afirmando que foi à Brasília na Sesai na semana que saiu o edital da chamada e que o governo já estava trabalhando com a ideia de acabar com convênio com esta ONG centenária e maior prestadora do serviço e, efetivamente, a ONG acabe em último lugar na chamada, na qual está havendo situações teratológicas e, no mínimo, ‘esquisitas’”, diz a ação judicial.

Sob reserva, um representante da Missão diz que, por trás da decisão do governo, está o preconceito contra os evangélicos e o fato de a entidade, também por isso, ser erroneamente associada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. “O PT começou a dizer que a gente é de direita, porque a gente é evangélico, mas essa ligação não existe”, disse.

Na ação judicial, os advogados destacam que o chamamento público que desclassificou a Missão está eivado de irregularidades e decisões visivelmente dirigidas para prejudicar a entidade. As informações são da revista Veja.

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