Terça-feira, 17 de dezembro de 2024
Por Sabrina Jesus | 17 de dezembro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A Rede Pampa, em todos os seus canais de comunicação, tem sido uma voz ativa ao abordar temas relacionados ao autismo, divulgando os avanços recentes na área e discutindo os desafios que ainda estão por vir.
Quando penso nesses desafios, sinto-me estimulada a refletir sobre o quanto as lideranças organizacionais e a sociedade estão preparadas para conviver e trabalhar de forma inclusiva com essa parcela significativa e extraordinária da população.
Nos Estados Unidos, os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) realizaram estudos sobre a prevalência do autismo entre crianças. O relatório mais recente (2020) estimou que cerca de 1 em cada 36 crianças é diagnosticada com autismo, o que representa um aumento significativo em relação aos anos anteriores:
– 2000: a prevalência era de cerca de 1 em 150 crianças.
– 2014: a prevalência foi de 1 em 68.
– 2018: a prevalência foi de 1 em 59 crianças.
No Brasil, o número de diagnósticos de autismo também tem aumentado nos últimos anos. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) estimou que a prevalência de autismo no país gira em torno de 1 a 2 em cada 1.000 crianças. O aumento nos diagnósticos se deve à maior conscientização e ao aprimoramento no acesso a serviços de saúde.
Embora a prevalência pareça ter aumentado ao longo do tempo, isso não significa necessariamente que o autismo esteja se tornando mais comum, mas sim que mais casos estão sendo identificados e tratados.
No entanto, o que realmente preocupa é o futuro. Não é de hoje que se discute a redução da população ativa para o mercado de trabalho, devido à queda no número de nascimentos e ao aumento da expectativa de vida. No entanto, não vejo discussões relevantes sobre como as organizações estão se preparando para incluir pessoas neurodivergentes.
Focando em indivíduos diagnosticados com autismo, uma pesquisa realizada pelo Observatório do Autismo, que acompanha dados de diversas regiões do Brasil, revela que menos de 1% das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) conseguem uma colocação no mercado de trabalho formal. O restante enfrenta uma série de obstáculos, como o preconceito e a falta de compreensão sobre suas habilidades.
À medida que o número de diagnósticos de autismo cresce, é fundamental que a sociedade e as organizações se mobilizem para promover a inclusão e o respeito às diferença para garantimos um futuro mais justo e inclusivo. O desafio está posto!
É hora de refletirmos sobre o papel de cada um na construção de uma sociedade verdadeiramente diversa, onde todos possam encontrar seu lugar e contribuir com suas habilidades únicas.
(Sabrina Jesus)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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