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Política Mudança na comunicação do governo tem desejo de Lula, influência de Janja e divergências no PT

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A comunicação é, na prática, a primeira pasta na qual Lula pretende mexer em 2025.

Foto: Ricardo Stuckert/PR
A comunicação é, na prática, a primeira pasta na qual Lula pretende mexer em 2025. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer construir uma espécie de “arcabouço digital” para a segunda metade de seu governo, que começa em janeiro. A comunicação é, na prática, a primeira pasta na qual Lula pretende mexer e dar um “chacoalhão” para deter o avanço da extrema-direita nas redes sociais.

No entanto, a mudança não se limita, porém, somente à possível troca do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, expoente da chamada “esquerda” do PT. Antes mesmo de ser internado em São Paulo para uma cirurgia na qual drenou um hematoma provocado por sangramento intracraniano, Lula já dizia que a comunicação do governo era frágil, sem uma linguagem única, e por isso cada ministro e cada parlamentar do PT divulgavam o que bem entendiam.

Até agora, no entanto, não há consenso entre auxiliares da Secom, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e a cúpula do PT sobre o caminho a seguir nessa seara. Janja exerce muita influência na Secom, principalmente sobre a Secretaria de Estratégias e Redes, e age com total autonomia.

Em 8 de janeiro deste ano, por exemplo, quando a tentativa de golpe completou um ano, ela bolou um vídeo com ministros, que foi exibido nas redes, no qual todos diziam a palavra “Democracia”. Pimenta só ficou sabendo do convite para a gravação – da qual ele também participou – após a notícia ser publicada.

Não é de hoje que o PT acha que Lula precisa ter mais protagonismo no embate com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas, após a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, a preocupação com a batalha da comunicação aumentou. Dirigentes do partido dizem que o presidente deve fazer mais pronunciamentos em rede nacional de rádio e TV para disputar a narrativa política com os bolsonaristas e destacar a gravidade do que ocorreu no País em 8 de janeiro de 2023. O pedido vem sendo feito a Lula desde o ano passado.

Não foi à toa que, ao deixar o hospital Sírio Libanês no domingo, 15, o presidente comentou a prisão do general Braga Netto, que foi ministro da Defesa e da Casa Civil, além de candidato a vice na chapa de Bolsonaro, em 2022.

“Este País teve gente que fez 10% do que eles fizeram e que foi morta na cadeia. Não é possível a gente aceitar o desrespeito à democracia, à Constituição, e admitir que, num País generoso como o Brasil, a gente tenha gente de alta graduação militar tramando a morte do presidente da República, do seu vice e de um juiz que era presidente da Suprema Corte Eleitoral”, disse Lula, que definiu o governo do antecessor como “praga de gafanhotos”.

No diagnóstico do PT, porém, as Forças Armadas precisam ser enquadradas o mais rápido possível. Desde a reunião do Diretório Nacional do partido, no último dia 7, petistas voltaram a cobrar a demissão do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. O presidente discorda e afirma que Múcio fica. Ele só sai do governo se quiser.

O publicitário Sidônio Palmeira, por sua vez, é cotado tanto para substituir Pimenta como para ser assessor especial do presidente. Marqueteiro da campanha petista ao Palácio do Planalto, em 2022, Sidônio é o responsável pelo slogan do terceiro mandato de Lula – “União e Reconstrução”. Foi ele também quem preparou o pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o pacote fiscal.

Sidônio vai se encontrar com Lula nos próximos dias. O presidente quer conversar com o marqueteiro, que é contra a polarização defendida pelo PT, sobre o melhor modelo a ser adotado para a estratégia digital de sua gestão, a partir de 2025. Tem em mente a ofensiva para o ano eleitoral de 2026, mesmo se não for ele o candidato. (Estadão Conteúdo)

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