Quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de dezembro de 2024
Qualquer reposição hormonal necessita de avaliação prévia e rigorosa.
Foto: Reprodução“Para diagnosticar a deficiência de testosterona em mulheres são necessários exames laboratoriais, porém os métodos mais comuns não têm precisão para determinar níveis baixos. Existem métodos mais precisos, como a espectrometria de massa, porém este método não é de acesso fácil e, mesmo sendo realizado, os valores de referência não são precisos, especialmente para a nossa população. Assim, não se pode dizer com precisão qual é o limite inferior de normalidade que a partir dele seria considerado baixo”, explica Felipe Henning Gaia Duarte, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo – SBEMSP.
Ele destaca ainda que, mesmo após a menopausa, a mulher ainda dispões de outros hormônios com ação androgênica (semelhante à testosterona) que podem suprir as suas necessidades. A dosagem da testosterona em mulheres deve ser realizada primordialmente quando há suspeita de elevação desse hormônio, o que ocasiona sintomas clínicos como excesso de pelos no corpo, acne, queda cabelo, entre outros, e não indiscriminadamente, como frequentemente ocorre em resposta a queixas de fadiga e falta de libido.
Durante a menopausa o hormônio mais importante para ser reposto é o estrogênio e nas pacientes com útero, também deve-se repor outro hormônio dos ovários, chamado de progesterona.
“Naquelas mulheres com libido baixa com repercussão orgânica e social, após a avaliação de um especialista, o tratamento com testosterona pode ser tentado, apesar que na maioria dos casos o nível de hormônio não está necessariamente relacionado com esta queixa”, explica o especialista, complementando que num cenário específico de tratamento com testosterona, aí sim, a dosagem laboratorial deste hormônio é muito importante para checar se não está sendo administrada uma dose excessiva.
Um alerta crucial para as mulheres é que sintomas como cansaço, falta de libido, de disposição e desânimo são parte da rotina moderna e podem estar relacionados a diversas condições, transtornos do ritmo de vida como sono ruim, estresse, depressão, relacionamento afetivo instável, além de disfunções de outros hormônios como os hormônios da tireoide e prolactina. O uso de vários medicamentos para o tratamento de algumas condições também por causar baixa de libido. Recomenda-se sempre buscar a orientação de um endocrinologista e metabologista para uma avaliação precisa antes de iniciar qualquer reposição hormonal.