Quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de dezembro de 2024
Pesquisa Datafolha divulgada nessa quarta-feira (18) aponta que 62% dos brasileiros são contra anistia para os participantes do ataque golpista de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos.
* Contra: 62% (eram 63% em março);
* A favor: 33% (eram 31%);
* Não sabem: 5% (eram 4%);
* Indiferente: 1% (era 2%).
O Datafolha ouviu 2.002 pessoas em 113 municípios do Brasil nos dias 12 e 13 de dezembro. Os entrevistados tinham 16 anos ou mais.
Homens apoiam mais a anistia, com 37%, enquanto 29% das mulheres entrevistadas defendem a medida. Já 64% das mulheres são contra a anistia, e 59% defendem punição para os participantes do 8 de Janeiro.
Quem declarou voto no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 defende em sua maioria o perdão aos golpistas: 45%. Já 72% dos que declararam voto no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última eleição presidencial são contra a anistia.
Funcionários públicos (68%), estudantes (68%), desempregados (67%) e moradores da região Nordeste (66%) são os grupos sociais que mais defendem a punição.
Enquanto assalariados sem registro (38%), empresários (37%), evangélicos (37%) e pessoas de 35 a 44 anos (36%) são os mais favoráveis à anistia.
O Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou mais de 250 pessoas por participarem nos ataques e invasões às sedes dos Três Poderes no início de 2023. A Câmara dos Deputados possui um projeto de lei que dá anistia a essas pessoas.
A anistia figura como uma das principais pautas dos políticos alinhados ao bolsonarismo para 2025. O objetivo é não apenas extinguir as punições dos envolvidos na tentativa de golpe, mas também viabilizar uma solução que permita a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência em 2026. Atualmente, o ex-presidente está inelegível até 2030, decisão tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho deste ano.
No mês passado, Bolsonaro dirigiu um apelo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, solicitando que perdoem os envolvidos nos acontecimentos do 8 de Janeiro. Ele defendeu que a anistia seria essencial para “pacificar” o País.
“Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido. Não querem pacificar? Pacifica”, afirmou o ex-presidente, que seguiu: “Eu apelo aos ministros do Supremo Tribunal Federal, eu apelo. Por favor, repensem, vamos partir para uma anistia, vai ser pacificado”, concluiu.