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Política Presidente do Supremo afirmou que recebeu ofertas de exílio de universidades estrangeiras após atos golpistas no Brasil em 2022

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Instituições estrangeiras manifestaram disposição para abrigar o ministro em caso de golpe no País.

Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Instituições estrangeiras manifestaram disposição para abrigar o ministro em caso de golpe no País. (Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou que recebeu ofertas de exílio de universidades estrangeiras após os ataques golpistas no Brasil em 2022. Instituições estrangeiras como Princeton, Harvard e a Universidade Católica de Lisboa manifestaram disposição para abrigar o ministro, dada sua conexão com o meio acadêmico internacional. Mas o ministro relatou que não aceitou, porque não considera viver fora do Brasil.

“Com o golpe de Estado, provavelmente, eu também não estaria mais aqui”, afirmou nesta semana, em entrevista ao canal GloboNews. “Eu mesmo recebi, em algum momento, duas ou três ofertas de exílio, se eu precisasse, para você ter uma ideia”, afirmou.

Segundo o ministro, esses convites ocorreram antes mesmo do 8 de janeiro de 2023, quando houve um ataque de golpistas às sedes dos três poderes da República. Ele listou contatos que recebeu das universidade de Princeton e Harvard, nos Estados Unidos, e da Universidade Católica de Lisboa.

Barroso contou que os convites eram na linha: “Se precisar, tem lugar para você aqui”. No entanto, o presidente do Supremo deixou claro que não considerou deixar o Brasil. “Eu já vivi fora do Brasil, mas o meu coração mora aqui, não tenho vontade de ir embora, não. Mas se tivesse passado o golpe, é muito possível que a gente não estivesse aqui”, afirmou.

O contexto das declarações inclui investigações conduzidas pelo STF sobre os planos de golpe que visavam impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022. Entre os investigados está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta semana, o Supremo rejeitou um pedido da defesa de Bolsonaro para afastar Alexandre de Moraes da relatoria do caso, alegando um possível envolvimento pessoal do ministro devido a ameaças de morte contra ele. Barroso defendeu a continuidade de Moraes no caso, argumentando que as ameaças não eram contra uma pessoa específica, mas contra as instituições democráticas.

Para ele, o objetivo era eliminar obstáculos ao projeto golpista, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Lula. “Isso não era um atentado pessoal contra eles, era um atentado contra as instituições”, declarou.

No momento, a Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa o relatório da Polícia Federal (PF) que indicia o ex-presidente Jair Bolsonaro mais 39 por golpe de Estado. A intenção do procurador-geral da República, Paulo Gonet, é oferecer as denúncias ao Supremo até março do ano que vem. (Estadão Conteúdo)

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