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Economia Integrantes do governo federal admitem erros na apresentação do pacote de corte de gastos e defendem “freio de arrumação”

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Haddad admitiu que erros na comunicação do pacote contribuíram para a alta do dólar e a reação negativa do mercado. Na foto, o ministro ao lado de Lula

Foto: Ricardo Stuckert/PR
Haddad admitiu que erros na comunicação do pacote contribuíram para a alta do dólar e a reação negativa do mercado. Na foto, o ministro ao lado de Lula. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Quase um mês após a divulgação do pacote de controle de gastos e do projeto de mudanças no IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física), auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva concordam que o governo cometeu erros na apresentação das medidas e que é preciso um “freio de arrumação” nesse tema.

Em encontro com jornalistas na última sexta-feira (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que erros na comunicação do pacote contribuíram para a alta do dólar e a reação negativa do mercado.

No dia 27 de novembro, Haddad anunciou o pacote de cortes, em pronunciamento na TV e no rádio, junto com a proposta de isentar do pagamento de IRPF, a partir de 2026, quem ganha até R$ 5 mil mensais. O pacote foi aprovado pelo Congresso, mas o projeto do IRPF não foi enviado até o momento.

Em uma tentativa de corrigir os equívocos, Lula colocou em prática uma mudança no discurso em relação ao BC (Banco Central). O petista também garantiu a aliados que não quer brigar com o mercado, segundo informações divulgadas pelo portal G1.

Nos próximos quatro anos, sendo os dois finais do terceiro mandato de Lula, o BC será comandado por Gabriel Galípolo, que tem uma relação muito próxima com o presidente e com Haddad.

Na sexta-feira, Lula gravou um vídeo, ao lado de Haddad e Galípolo e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, para defender a autonomia do novo presidente do BC e prometer responsabilidade com as contas públicas.

O publicitário Sidônio Palmeira, cotado para ser ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, foi o responsável pela produção do vídeo.

Tanto Galípolo quanto Sidônio afirmaram a aliados que a iniciativa de gravar a mensagem partiu do presidente. Lula, no entanto, disse em discurso a ministros, também na sexta-feira, que Galípolo o convenceu de que era preciso pacificar a relação com o mercado.

Aliados do presidente já defendiam que ele transmitisse uma mensagem para tentar reverter a crise com o mercado e, consequentemente, amenizar a alta do dólar.

Erros na comunicação

Enquanto o pacote fiscal estava em discussão, houve uma divisão no governo: integrantes da equipe econômica, incluindo Haddad e Tebet, defendiam a tese de que a divulgação do pacote deveria tratar unicamente de medidas de contenção de gastos, sem misturar o tema com a mudança no Imposto de Renda.

Outro grupo, que incluía auxiliares de Lula no Palácio do Planalto e ministros da área social, desejava o anúncio casado para evitar a ideia de que o governo do PT estaria operando um corte de gastos apenas com medidas que afetavam a população de baixa renda. Essa tese prevaleceu.

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