Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de dezembro de 2024
Esse documento, conhecido como “Acordo dos Beatles”, traz as assinaturas dos quatro integrantes da banda.
Foto: ReproduçãoA separação formal dos Beatles completa 50 anos neste domingo (29), um momento doloroso precedido de “muitas tensões” devido a diferenças pessoais, conflitos criativos e a morte, em 1967, do empresário da banda. Embora John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr tenham deixado de trabalhar juntos entre 1969 e 1970, a dissolução formal foi assinada apenas em 29 de dezembro de 1974.
“Eles descobriram que eram indivíduos e não apenas membros da banda”, explica Peter Doggett, autor do livro “A batalha pela alma dos Beatles”, publicado em 2009 e focado na separação da banda.
Esse documento, conhecido como “Acordo dos Beatles”, traz as assinaturas dos quatro integrantes da banda e permitiu ao quarteto dividir de forma estruturada os direitos de propriedade das músicas e organizar as questões jurídicas relacionadas à separação.
“A separação judicial em dezembro de 1974 incluiu um acordo pelo qual, nos termos da parceria original, todo o dinheiro era dividido igualmente entre os quatro”, acrescenta Doggett.
Entre as causas da dissolução do grupo, apontadas pelos diversos autores que escreveram sobre o quarteto, aparecem diferenças pessoais, conflitos criativos e a morte em 1967 do empresário Brian Epstein, que acompanhava a banda desde o início. O substituto dele, Allen Klein, nunca conseguiu unanimidade entre o quarteto.
Ofertas lucrativas
“Havia muita tensão entre vários membros do grupo”, disse Holly Tessler, chefe do curso de mestrado dedicado ao estudo dos Beatles na Universidade de Liverpool.
A separação parecia a única saída possível, segundo Doggett.
“Teria sido um grande erro se não tivessem se separado, porque o sentido de unidade que foi a sua base entre 1962 e 1969 desapareceu. Eles já se percebiam como indivíduos fora dessa associação”, observa.
Tessler concorda que a distância entre os quatro inviabilizou outra solução. O fato de nunca terem feito uma reunião, apesar das inúmeras ofertas lucrativas, mostra quão profundamente enraizadas estavam as suas tensões”, disse Tessler.
Philip Norman, autor do livro “Shout!: A verdadeira história dos Beatles”, de 1981, também acredita que era difícil para os quatro suportar a pressão a que eram submetidos todos os dias.
“Muitas vezes era desagradável, estressante e às vezes muito assustador ser um Beatle. E apenas os quatro entendiam essa situação”, disse Norman.
Após assinarem o documento em 29 de dezembro de 1974, seus advogados logo em seguida finalizaram todos os aspectos jurídicos da separação.
“É bem possível que a dissolução só tenha sido oficializada em termos legais no início de janeiro. Mas no que diz respeito aos Beatles, o acordo foi feito em 29 de dezembro, quando John assinou e a data foi acrescentada à mão ao documento datilografado”, explica Doggett.
(As informações são do jornal O Globo)