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Saúde Toma pílula para dormir e ainda sente cansaço? Estudo revela motivos

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Zolpidem é um dos medicamentos mais utilizados para o tratamento da insônia.

Foto: FreePik
Zolpidem é um dos medicamentos mais utilizados para o tratamento da insônia. (Foto: FreePik)

Ao menos 73 milhões de brasileiros sofrem com insônia, de acordo com Associação Brasileira do Sono (ABS), e muitas dessas pessoas veem os medicamentos que induzem o sono como uma alternativa para conseguirem descansar. Ainda assim, ao acordarem depois de uma noite dormindo com o fármaco, o cansaço permanece. De acordo com um estudo publicado na Revista Cell, o motivo para esse cansaço persistente é a interferência no sistema de limpeza noturno do cérebro, conduzida pelo sistema glinfático e impulsionada pela norepinefrina.

As células do cérebro, assim como no resto do corpo, produzem uma infinidade de resíduos que precisam ser removidos regularmente para evitar que se acumulem e causem danos. Eles vão desde moléculas tóxicas associadas a distúrbios neurodegenerativos, como a doença de Alzheimer.

Normalmente, essa limpeza é conduzida pelo sistema glinfático, uma rede de túneis que circundam os vasos sanguíneos do cérebro e deslocam esses resíduos para fora do cérebro. A partir daí, o “lixo” é processado pela maior unidade de depósito de resíduos do corpo, o sistema linfático. Esse processo ocorre constantemente, mas durante o sono é o momento em que esse processo ocorre com maior intensidade.

No estudo realizado com camundongos, foi descoberto que essa depuração glinfática é impulsionada por uma substância química chamada norepinefrina, também conhecida como noradrenalina. Este produto químico é liberado pelo tronco cerebral e é mais conhecido por seus papéis no sistema de luta ou fuga. Agora sabe-se o papel dela na limpeza do cérebro.

No estudo, as varreduras cerebrais revelaram que durante o sono profundo – um tipo de sono não REM que ocorre quando fazemos a transição de acordado para adormecido – a norepinefrina é liberada em pequenas ondas a cada 50 segundos.

Em um sono natural, esses picos de norepinefrina fazem com que os vasos sanguíneos do cérebro se contraiam, reduzindo o fluxo sanguíneo através deles. Isso cria mais espaço para o líquido cefalorraquidiano fluir através dos túneis do sistema glinfático circundante e coletar resíduos celulares. À medida que os níveis de norepinefrina caem novamente, o sistema se reinicia e, em seguida, o ciclo se repete segundos depois.

No entanto, os pesquisadores descobriram que as pílulas para dormir podem atrapalhar todo esse processo. Quando os pesquisadores deram aos camundongos uma pílula comum para dormir chamada zolpidem, que geralmente é vendida sob a marca Ambien, a droga inibiu a liberação de norepinefrina em 50% em comparação com os camundongos que adormeceram sem medicação.

Os efeitos da droga resultaram em uma redução de mais de 30% no transporte de fluidos, logo de resíduos, através do sistema glinfático para o cérebro.

Esses achados ainda não foram confirmados em humanos. No entanto, estudos anteriores mostraram que nossos cérebros mostram flutuações semelhantes no fluxo de sangue e líquido cefalorraquidiano durante o sono profundo que podem ser desencadeadas pela norepinefrina. Portanto, acredita-se que nossas redes glinfáticas funcionem de maneira semelhante às dos camundongos.

A pesquisa sugere que, embora tomar pílulas para dormir como o zolpidem possa ajudar as pessoas a adormecer mais rápido, esses medicamentos podem inadvertidamente reduzir a qualidade do sono de uma pessoa e potencialmente aumentar o risco de doenças.

“A medicação para dormir em geral tem sido associada a maior mortalidade por todas as causas [mortes por qualquer causa] e a déficits cognitivos – então já existem algumas pistas de que a medicação para dormir provavelmente não está dando a você o melhor sono”, disse a principal autora do estudo, Natalie Hauglund, neurocientista da Universidade de Oxford, no Reino Unido, ao jornal científico Live Science.

(AG)

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