Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2025
O governo do presidente argentino, Javier Milei, anunciou a primeira privatização de uma empresa sob sua administração ao conceder uma participação majoritária de uma metalúrgica a um consórcio com capital norte-americano.
“Privatizamos a Impsa”, disse o ministro da Economia, Luis Caputo, em sua conta no X, ao publicar uma declaração explicando a operação. O ministério afirma que a decisão está de acordo com o objetivo de “déficit zero” e a não alocação de recursos federais para empresas privadas, “abrindo a possibilidade de a empresa continuar sua atividade de forma saudável dentro de uma estrutura de economia de mercado”.
A Província de Mendoza, que tem uma participação acionária na Impsa, apoiou a decisão. A estatal é centenária, surgiu em 1907, quando Enrique Pescarmona fundou a metalúrgica para a fabricação de peças de reposição em ferro fundido, equipamentos para a indústria vinícola e comportas para canais de irrigação.
As ações da empresa que pertenciam ao Estado serão transferidas para o consórcio IAF (Industrial Acquisition Fund), com sede nos Estados Unidos e cujo principal sócio é a Arc Energy, companhia do setor de petróleo e gás.
A única proposta recebida foi analisada por uma comissão do governo, que recomendou a concessão das ações do governo federal e da província de Mendoza após o grupo melhorar a oferta inicial.
Fundada em 1907, a Impsa fabrica equipamentos como turbinas, guindastes e reatores para os setores de metalurgia, geração de energia e tecnologia.
O site oficial da empresa destaca sua presença na maior parte dos países da América do Sul, nos Estados Unidos e no sudeste asiático. No Brasil, a empresa tem projetos no porto de Santos, em usinas eólicas no Sul e no Nordeste e em hidrelétricas.
O IAF propôs um investimento de capital de US$ 27 milhões e solicitou até 31 de janeiro para garantir o refinanciamento da dívida de US$ 576 milhões da Impsa com seus credores, segundo comunicado do governo argentino.
Segundo o site Infobae, a empresa registrou prejuízo de cerca de 56 bilhões de pesos (cerca de US$ 54 milhões) até setembro de 2024.
As ações do governo argentino na empresa são de classe C, sem direito a voto e equivalentes às ações preferenciais no Brasil, e somam 84,9% do capital da Impsa. Da fatia, 63,7% pertencem ao Fondep (Fundo Nacional de Desenvolvimento Produtivo) e 21,2% à província de Mendoza, que também foi favorável à venda.
O restante está nas mãos da família Pescarmona, com 5,3% (classe A), e dos credores, com 9,8% (classe B). (Estadão Conteúdo)