Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2025
Além da imagem, o petista publicou um longo texto em defesa dos irmãos Brazão.
Foto: ReproduçãoO prefeito de Maricá (RJ) e vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, postou nesta quinta-feira (9) uma foto ao lado de familiares de Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, presos no ano passado acusados de mandar matar a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco.
Além da imagem, o petista publicou um longo texto em defesa dos dois. Em resposta, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, pediu para Quaquá “tirar o nome da minha irmã da boca” e disse que vai acionar a Comissão de Ética do partido.
Além de Anielle, que se filiou ao PT em 2024, a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, se manifestou e repudiou os comentários do dirigente.
Na publicação original, Quaquá disse que recebeu “com muita dor no coração, mas muita consideração e solidariedade, a esposa e os filhos de Domingos Brazão”, antes de evocar a suposta inocência do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e do deputado federal.
“Eu quero afirmar o que já afirmei diversas vezes, porque não só conheço Domingos e Chiquinho Brazão, mas, além disso, li todo o processo e NÃO HÁ SEQUER UMA prova contra eles!”, escreveu o prefeito. “Não sou um rato que se esconde no esgoto para fugir da luz. Eu tenho honra e não vou trocar a verdade por medo de prejuízos de imagem! Deus, o cristianismo e o marxismo me ensinaram que só a verdade liberta, só a verdade e a realidade são critérios de validade!”
Segundo o petista, “usaram a família Brazão de bucha de canhão para ocultar, inclusive, o fato de que o assassino brutal (Ronnie Lessa) esteve um dia depois no condomínio onde moram Bolsonaro e seu filho. Isso foi deixado de lado pela investigação!” E mais: “Eu não vou assistir à dor desta família que vê dois entes queridos apodrecerem numa cadeia desumana, enquanto os assassinos confessos armam uma delação para reduzir a pena e viver numa boa, numa cadeia boutique. A verdade tem que ser defendida, até mesmo em honra à memória da Marielle!”
Anielle, então, classificou como “inacreditável” ver pessoas “se aproveitarem e usarem o nome de minha irmã sem qualquer responsabilidade”.
“Vou protocolar nas instâncias do partido um pedido na comissão de ética pro dirigente que se utiliza desse caso de maneira repugnante e que é contra a postura do próprio governo e do partido”, publicou.
Já a presidente nacional do PT chamou o posicionamento de Quaquá de “exclusivamente pessoal”. Não é a primeira vez que o dirigente emite opiniões que despertam a ira de outros petistas. Em uma ocasião, ele publicou foto sorridente ao lado do general e deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), ministro da Saúde de Jair Bolsonaro em parte da pandemia.
“Os irmãos Brazão respondem a ação penal no STF pela denúncia da Procuradoria Geral da República de serem os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. Encontram-se presos, conforme a lei, aguardando julgamento, instruído por investigações criteriosas da Polícia Federal que embasaram a denúncia e a abertura da ação penal por unanimidade dos ministros”, escreveu Gleisi. “O PT luta desde o primeiro momento para que a Justiça seja feita por Marielle e Anderson, com punição para todos os criminosos, e repudia as manifestações de caráter exclusivamente pessoal do prefeito Washington Quaquá sobre os réus e o processo”.
Procurado, Quaquá disse que “não conhece direito” a ministra, com quem tem pouco contato. Afirmou ainda que seus “princípios socialistas” o fazem não culpar alguém sem ter lido o processo.
“O que eu postei hoje é que quero (o que ela presumivelmente deva querer) que os brutais assassinos da Marielle não tenham regalias e nem penas diminuídas. Tem muita gente que só ganhou notoriedade na vida e construiu carreira a partir da morte de Marielle, que surfa nesse infeliz e brutal acontecimento. Eu não sou e nunca fui um desses”, disse Quaquá. As informações são do portal de notícias Extra.