Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2025
Em um momento de descontração no ato que marcou os dois anos dos ataques golpistas do 8 de Janeiro, na última quarta-feira, o ministro Alexandre de Moraes fez uma brincadeira, à boca miúda, com parlamentares do PT e de outros partidos de centro-esquerda que foram contra sua entrada no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Olha que vocês votaram contra minha indicação na sabatina do Senado”, lembrou o magistrado, com bom-humor, sobre o período em que seu nome foi avaliado, em 2017.
Parlamentares relataram que riram com Moraes e destacaram que se arrependem de ter se posicionado contra seu ingresso no STF. Eles lembram que a indicação foi feita pelo então presidente Michel Temer, em um contexto de impeachment de Dilma Rousseff.
Quando Moraes foi indicado ao STF, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado chegou a receber um abaixo-assinado contra seu nome, ato que foi promovido por estudantes. Na época, eles entregaram o documento acompanhados do senador Randolfe Rodrigues, que integrava o partido Rede, além dos então senadores Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, do PT, e dos deputados petistas Carlos Zarattini, Jandira Feghali, Érika Kokay, Benedita da Silva e Maria do Rosário.
Moraes teve a indicação para o STF aprovada com 55 votos favoráveis e 13 contrários, sendo que a orientação do PT era para que os membros da sigla votassem contra o seu nome.
“Xandão”
No mesmo evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou com o ministro Moraes.
“Tenho 79 anos de idade, já vivi muito vendo a vida da Suprema Corte brasileira, e nunca conheci um ministro da Suprema Corte que tivesse um apelido dado pelo povo, chamado Xandão. É um apelido que já pegou. E desse apelido você nunca mais vai se libertar, e não adianta ficar nervoso porque ninguém vai parar de te chamar de Xandão”, disse a Moraes.
Em outro momento, Lula também se referiu a Moraes como Xandão ao lembrar do plano, revelado pela Polícia Federal (PF), que envolvia o assassinato deles dois e do vice Geraldo Alckmin após as eleições de 2022. O plano foi descoberto na investigação sobre a trama golpista, quando a PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 39 pessoas.
“Escapei da tentativa junto com o Xandão e companheiro Alkcmin de um atentando de um bando de irresponsáveis, aloprados, que acharam que eu não precisava assumir a Presidência depois do resultado eleitoral e que seria fácil tomar o poder”, disse Lula.