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Rio Grande do Sul Morre aos 83 anos o músico nativista Gildinho, cofundador do grupo Os Monarcas

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Artista lutava contra um câncer diagnosticado havia duas décadas. (Foto: Arquivo/O Sul)

Um dos principais nomes do nativismo no Rio Grande do Sul, o cantor, gaiteiro e compositor Gildinho morreu no fim da tarde desse sábado (22), aos 83 anos, vítima de câncer. Ele se notabilizou como cofundador do grupo gauchesco Os Monarcas, em atividade desde 1974. O velório começa às 9h deste domingo (12), no CTG Sentinela da Querência, em Erechim (Norte do Estado).

Gildinho deixa a viúva e duas filhas. Em Erechim, a prefeitura decretou luto oficial por sete dias. “Muito obrigado, tio Gildo. Muito obrigado por toda alegria, por todo respeito, por todo carinho que o senhor teve pela nossa cidade de Erechim, pelo Estado e pelo Brasil. O senhor vai nos deixar muita saudade”, manifestou-se em vídeo nas redes sociais o chefe do Executivo municipal, Paulo Polis.

Nésio Alves Corrêa – seu nome de batismo – era natural de Soledade (Noroeste gaúcho) e crescido em Erechim. Ele lutava contra a doença havia duas décadas. Ele recebeu inicialmente um diagnóstico de tumor de tireoide, que ao longo dos anos teria períodos de recidiva e remissão, até ser internado em novembro passado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, com dores e hemorragia. O câncer havia retornado, na forma de metástases.

O protagonismo cultural de Gildinho motivou uma série de reconhecimentos oficiais ao longo da carreira, incluindo quatro troféus Açorianos (promovido pela Secretaria Municipal da Cultura da Capital), um prêmio Sharp (de abrangência nacional) e a Medalha do Mérito Farroupilha, concedida pela Assembleia Legislativa. Também foi patrono da Semana Farroupilha.

Trajetória

Os Monarcas surgiram em 1974. Antes, Gildinho e o irmão Chiquito (Francisco Desidério Alves Correa) atuavam como dupla em Erechim e região desde 1967, animando pequenos bailes na região e apresentando na Rádio Erechim o programa diário “Assim Canta o Rio Grande”.

Em 1969 veio o primeiro disco, 0 compacto duplo “Os Trovadores do Sul”, de pouca repercussão. O segundo álbum, “Galpão em Festa”, seria lançado só em 1974. Nesse mesmo ano, os manos se uniram aos músicos João Argenir dos Santos (guitarra), Luiz Carlos Lanfredi (contrabaixo) e Nelson Falkembach (bateria), criando Os Monarcas.

A dupla se mantinha ativa, em paralelo ao conjunto, e ainda gravaria um terceiro disco, em 1976. O sucesso dos Monarcas também motivaria o quinteto a entrar em estúdio, estreando no mercado fonográfico com o LP “O Valentão Bombachudo”, em 1978. Dali em diante, com mudanças em sua formação, teria mais 26 títulos, consolidando-se como um dos principais e mais populares nomes da música nativista. Gildinho também lançou discos como artista solo, atualmente disponíveis em plataformas digitais de música como o Spotify.

(Marcello Campos)

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