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Geral Mais diretores devem pedir demissão no IBGE

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Servidores do IBGE vem questionando medidas de Pochmann como a criação do que vem sendo chamado de "IBGE Paralelo". (Foto: Adriana Saraiva/Agência IBGE Notícias)

O ar está perto do irrespirável na cúpula do IBGE. Na semana passada, dois diretores pediram demissão: Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto, respectivamente diretora e diretor-adjunto de Pesquisas Econômicas, a mais importante do órgão. Até o fim do mês, devem sair Ivone Batista e Patrícia Costa, diretora e diretora-adjunta de Geociências.

O motivo do adeus é o mesmo nos dois casos: insatisfação com a gestão de Marcio Pochmann, ex-presidente do Ipea colocado pessoalmente por Lula no IBGE.

O descontentamento maior é com a decisão de Pochmann de criar a Fundação IBGE+, considerada dentro do IBGE uma espécie de organização paralela. Essa fundação tiraria o protagonismo do próprio IBGE na condução das pesquisas do país.

O pedido de exoneração da atual diretora, Elizabeth Belo Hypólito, e de seu diretor-adjunto, João Hallak Neto, teria ocorrido por discordâncias com a gestão de Marcio Pochmann na presidência do instituto, afirmaram pessoas que acompanharam o assunto. Em nota, o sindicato que representa os trabalhadores do IBGE menciona um agravamento da crise interna no órgão.

Servidores do IBGE, inclusive de postos-chave da gestão, vem questionando medidas de Pochmann como a criação do que vem sendo chamado de “IBGE Paralelo”.

A diretora de Geociências, Ivone Lopes Batista, também teria pedido exoneração do cargo, mas sua saída não fora anunciada por ainda aguardar a decisão sobre seu substituto, conforme pessoas a par das mudanças nos cargos.

Hypólito será substituída no comando da principal diretoria do IBGE pelo também servidor Gustavo Junger da Silva. Já Hallak Neto será sucedido por Vladimir Gonçalves Miranda, ambos também servidores da casa. A presidência do IBGE, ocupada por Pochmann, divulgou a troca de comando em nota distribuída à imprensa, porém, sem informar os motivos da mudança.

“A transição de trabalhos ocorrerá a partir da próxima semana”, diz o breve comunicado oficial do IBGE.

O Assibge-SN se manifestou em texto, divulgado no último dia 7: “Como é de amplo conhecimento dentro da instituição, Elizabeth Hypólito e João Hallak entregaram seus cargos. Embora os referidos servidores tenham optado, até o momento, por não expor publicamente os motivos que os levaram a essas decisões, a entrega dos cargos ocorre em um cenário onde uma parcela crescente de servidores e o Sindicato direcionam críticas à atual direção do IBGE, deflagradas após o anúncio da Fundação de direito privado “IBGE+”, criada de forma sigilosa e sem consulta aos servidores, em julho de 2024?.

A entidade acrescenta: “A crise em curso foi agravada ainda por outras decisões arbitrárias da presidência, como a decisão de transferir fisicamente as Diretorias de pesquisa, Geociências e Informática para um local de difícil acesso, sem planejamento e novamente sem qualquer consulta aos servidores. Nesse sentido, a entrega dos cargos de diretor e diretor adjunto de pesquisa mostra o agravamento da crise no IBGE.”

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