Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de janeiro de 2025
Agora, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, vai decidir se autoriza ou não a viagem.
Foto: ReproduçãoO procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, defendeu que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite um pedido da defesa de Jair Bolsonaro para que ele possa recuperar temporariamente seu passaporte e viajar para a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Agora, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, vai decidir se autoriza ou não a viagem.
Os advogados pediram que Moraes libere a saída de Bolsonaro do país entre os dias entre 17 e 22 de janeiro. A cerimônia está marcada para a próxima segunda-feira (20), em Washington.
Ao Supremo, os defensores de Bolsonaro disseram que a posse de Trump “consiste em evento de notória magnitude política e simbólica e o convite para comparecer à sua cerimônia encontra-se carregado de significados e implica em diversos aspectos importantes, tais como o reforço de laços e o fortalecimento das relações bilaterais entre os países mediante o diálogo entre dois líderes globais”.
No sábado (11), Moraes determinou que a defesa comprovasse que Bolsonaro foi convidado oficialmente para a cerimônia de posse. Isso porque foi juntado um e-mail de um endereço não identificado e “sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado. Os advogados afirmaram que o documento apresentado à Justiça é mesmo o convite formal para o evento.
Aliados de Jair Bolsonaro tentam fazer com que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, assine um convite formal a mão endereçado ao ex-presidente brasileiro para a cerimônia da sua posse, em Washington. Essa seria uma espécie de “última cartada” para que o ministro Alexandre de Moraes decida pela devolução do passaporte de Bolsonaro para ir à capital americana.
Segundo pessoas próximas do ex-presidente, o filho 02 de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que acumula o posto de secretário de relações institucionais do partido bolsonarista, fez contatos diretos com o filho de Trump, Donald Trump Jr., para conseguir o documento.
Bolsonaro negou qualquer possibilidade de aproveitar a viagem para deixar o país.
“Eu vim dos EUA pra cá correndo todos os riscos que vocês estão vendo. Não vou me submeter a uma fuga. Eu não vou fugir. Eu fui convidado. O Lula não foi. É um sinônimo de prestígio. O Trump vê em mim uma liderança na América Latina”, disse o ex-presidente.
Segundo aliados, como convidado para a assinatura do termo de posse de Trump, Bolsonaro teria direito de levar uma pessoa — neste caso, Michelle, que o representará na cerimônia mesmo em caso de ausência.
Indiciado por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro está com o passaporte retido pela Justiça desde fevereiro do ano passado, após operação da Polícia Federal (PF) mirar na preparação de ações antidemocráticas.