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Política “Não é festa de batizado, é a posse da maior democracia do mundo”, diz Bolsonaro ao ter negado o direito de ir aos Estados Unidos

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De acordo com Bolsonaro, a equipe de advogados recorrerá da decisão.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
De acordo com Bolsonaro, a equipe de advogados recorrerá da decisão. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve o quarto pedido de devolução do passaporte – apreendido desde fevereiro de 2024 – negado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (16).

“Eu não estou indo para uma festa de batizado da filha de ninguém, é um evento da maior posse da maior democracia do mundo”, disse o ex-chefe do Executivo brasileiro em entrevista ao portal “Faroeste à Brasileira”, durante a tarde desta quinta.

Com a resposta negativa, o ex-presidente ficou impossibilitado de comparecer à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 20 deste mês, evento para o qual disse ter sido convidado.

Na decisão, Moraes aponta uma “possibilidade de fuga” por parte de Bolsonaro, indiciado na investigação que apura a existência de um plano para matar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio ministro do STF.

O ministro seguiu o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendeu a recusa da solicitação, porque envolveria apenas um “interesse privado”. Na semana passada, o ex-presidente apresentou ao STF um convite para a cerimônia de posse de Trump e solicitou autorização para o deslocamento.

Moraes, então, determinou a comprovação do convite, já que foi apresentado apenas um e-mail. Na segunda-feira, a defesa de Bolsonaro afirmou ao ministro que o convite era o próprio e-mail e apontou que o endereço que enviou a mensagem é utilizado pela organização do evento.

O magistrado, por sua vez, afirmou que a defesa do ex-presidente não cumpriu a decisão, “pois não foi juntado aos autos nenhum documento probatório que demonstrasse a existência de convite realizado pelo presidente eleito dos EUA”.

Ele ressaltou, ainda, que no inquérito da trama golpista, após frustrada a consumação do golpe de Estado, “diversos investigados passaram a sair do país, sob as mais variadas justificativas (férias ou descanso) como no caso do ex-presidente Jair Bolsonaro”, e que com base nisso foi imposta a medida de proibição de se ausentar do Brasil, além da entrega do passaporte.

De acordo com Bolsonaro, a equipe de advogados recorrerá da decisão: “o que nós queremos é que o Supremo julgue com a devida isenção”.

Bolsonaro alegou estar sendo perseguido politicamente no País. Essa é a quarta vez que tenta, sem sucesso, reaver o documento apreendido.

“O que eu estou passando aqui é o mesmo que o Trump passou lá nos Estados Unidos. Até atentado a homicídio ele sofreu lá e eu sofri aqui”, afirmou.

Ainda na entrevista ao portal, Bolsonaro, que afirmou se sentir “extremamente orgulhoso com o convite”, disse que o novo presidente dos EUA sentirá falta dele no evento, onde será representado por Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama.

“Ele tem um carinho comigo, ele gostaria de apertar a minha mão também”, completou.

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