Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de janeiro de 2025
O grupo de Estados-membros da OEA também expressou solidariedade com aqueles que tiveram que deixar a Venezuela
Foto: DivulgaçãoDiversas delegações da Organização dos Estados Americanos (OEA) emitiram uma declaração conjunta rejeitando a posse do presidente venezuelano Nicolás Maduro para o seu terceiro mandato consecutivo. Em texto publicado em suas respectivas contas na rede social X, o antigo Twitter, 14 dos 34 países-membros exigiram que o “regime ditatorial restabelecesse a ordem democrática”.
Argentina, Canadá, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Jamaica, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai assinaram a declaração, expressando preocupação com a “contínua deterioração da situação política, econômica, com a crise social e humanitária na Venezuela e as persistentes violações dos direitos humanos”.
O documento, publicado na quarta-feira (16), diz que a posse de Maduro no dia 10 de janeiro “carece de legitimidade democrática e evidências verificáveis de integridade eleitoral”. A declaração ainda apela à comunidade internacional para que continue apoiando os esforços diplomáticos.
Durante seu discurso anual nas urnas, Maduro defendeu sua vitória nas eleições de 28 de julho, nas quais foi declarado vencedor, embora os resultados discriminados por seção eleitoral e mesa ainda não tenham sido publicados.
Este grupo de Estados-membros da OEA também expressou solidariedade com aqueles que tiveram que deixar a Venezuela e reconheceu os esforços dos países anfitriões para receber os migrantes venezuelanos.
A coalizão de oposição venezuelana condenou a posse de Maduro, chamando-a de “golpe de Estado” e, após mostrar a ata emitida pelo CNE, afirma que é seu rival Edmundo González “quem deve tomar posse como presidente”. O governo Maduro diz que tais relatos são falsos.
González, exilado desde setembro, havia prometido retornar a Caracas naquela semana em um possível desafio final à posse de Maduro. No entanto, seu último destino conhecido na quinta-feira foi a Costa Rica, como parte de uma viagem que o levou a vários países do continente, cujos governos o reconhecem como presidente eleito.
Segundo o governo venezuelano, representantes de mais de 120 estavam no evento. Ainda assim, os únicos chefes de Estado que compareceram à cerimônia foram Miguel Díaz-Canel, de Cuba, e Daniel Ortega, da Nicarágua. A embaixadora Glivânia Maria de Oliveira representou o governo brasileiro na posse.
A gestão Maduro ainda tenta se recuperar de uma grave crise financeira que atinge o país desde 2016, quando o preço do petróleo derreteu no mercado internacional e desorganizou a economia venezuelana, altamente dependente da extração de combustíveis fósseis.
A falta de investimentos no setor agrava ainda mais esse cenário. E a capacidade produtiva da nação com a maior reserva de hidrocarbonetos do mundo segue num patamar historicamente baixo. A derrocada econômica é responsável por uma crise humanitária que gerou quase 8 milhões de refugiados em menos de uma década.