Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de janeiro de 2025
Atualmente, a Gol e Azul mantém mais de 60 acordos comerciais com outras aéreas.
Foto: Carlos em Adobe StockO Grupo Abra, que é o investidor majoritário da Gol e da Avianca, anunciou na quarta-feira (15) ter firmado um Memorando de Entendimento (MoU, na sigla conhecida no mercado) para explorar a combinação de seus negócios com a Azul. Se efetivado, o acordo valerá para os voos nacionais, regionais e internacionais. A fusão dependerá da recuperação judicial da Gol.
A companhia aérea fundada por Nenê Constantino não terá assento na nova empresa, já que o negócio está sendo tocado pela Abra, sua controladora. Segundo anunciado, a nova empresa, se efetivada, terá três conselheiros da Abra, três da Azul e três independentes.
Se a união se concretizar, as duas empresas terão 60% do mercado, operando, juntas, mais de 320 aeronaves. Atualmente, a Gol e Azul mantém mais de 60 acordos comerciais com outras aéreas, entre codshares (quando há compartilhamento de código), e interline, quando os códigos não são compartilhados, porém, há a possibilidade de venda de passagem pela empresa parceira.
Em resumo, juntas, Azul e Gol permitem que os clientes possam escolher origens e destinos para mais de 500 aeroportos ao redor do mundo, por meio de suas parcerias. A empresa também mantém acordos globais, tais como os firmados com a United, Jet Blue e TAP, oferecendo conexões para os Estados Unidos, Europa e África. Ela se tornou uma companhia de capital aberto em, 2017, quando suas ações começaram a ser negociadas nas bolsas do Brasil (B3) e de Nova York (NYSE).
A empresa diz ser a maior companhia aérea do Brasil em número de partidas e cidades atendidas, com 1.000 voos diários para mais de 160 destinos. Sua frota operacional é de mais de 180 aeronaves.
Seu atual CEO é John Rodgerson, um dos cofundadores da empresa. Neeleman preside o Conselho de Administração.
As marcas Gol e Azul continuarão a existir de forma independente, mas as duas aéreas poderão compartilhar aeronaves, com uma companhia fazendo voos da outra, de modo a aumentar a ligação entre grandes cidades e destinos regionais.
Nenhuma das duas companhias fará novos investimentos financeiros para a fusão, que envolverá somente ativos já disponíveis. A Azul também continuará a comprar aviões da Embraer e a buscar sinergias em voos internacionais.
A Gol Linhas Aéreas foi fundada em 2001 por Constantino Oliveira, mais conhecido como Nenê Constantino. Nascido em 1931, Constantino vem de uma família com raízes no transporte, inicialmente envolvida com o setor rodoviário. Antes de fundar a Gol, ele já tinha uma longa trajetória no setor de transportes, especialmente com a Viação Cometa, uma das mais tradicionais empresas de ônibus do Brasil.
A ideia de criar a Gol surgiu no final dos anos 1990, em um contexto em que o mercado de aviação civil brasileiro começava a se abrir para a competição, após décadas de controle estatal e operação por poucas empresas. Constantino percebeu uma oportunidade de mercado para uma companhia aérea que oferecesse preços baixos, eficiência operacional e um serviço de qualidade, inspirando-se em modelos de sucesso de companhias aéreas de baixo custo (low-cost) de outros países.
A Gol Linhas Aéreas estreou oficialmente no dia 15 de janeiro de 2001, quando, às 6h56, um Boeing 737-700 decolou do Aeroporto de Brasília rumo ao Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Já no ano seguinte, a empresa começou a operar a ponte aérea Rio-São Paulo.
Enquanto a Azul Linhas Aéreas Brasileiras foi criada em 2008 por David Neeleman, nascido no Brasil e criado nos Estados Unidos. Ele ficou conhecido na América do Norte por criar duas companhias aéreas low-cost: a norte-americana JetBlue Airways, e a canadense WestJet. Foi este o modelo que ele trouxe para o Brasil para criar a Azul.
As primeiras operações da Azul foram dois voos em 15 de dezembro de 2008, partindo de Campinas para Salvador, e de Campinas para Porto Alegre. Um ano depois foi criada a Azul Cargo, volta ao ramo de encomendas, que atua hoje quase 100% do território nacional, segundo a empresa.
Em 2012, a Azul dobrou de tamanho ao anunciar a fusão com a Trip Linhas Aéreas, ampliando sua presença regional. O primeiro voo internacional foi em 2014, para Fort Lauderdale e depois para Orlando, nos Estados Unidos, com novos aparelhos, os Airbus A330. (Estadão Conteúdo)