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Brasil Aviação: sem fusão, Gol e Azul podem quebrar, dizem fontes do setor

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A possível união entre a Gol e a Azul é vista como um “mal necessário” por analistas do setor aéreo

Foto: Divulgação
A possível união entre a Gol e a Azul é vista como um “mal necessário” por analistas do setor aéreo. (Foto: Divulgação)

A possível união entre a Gol e a Azul é vista como um “mal necessário” por analistas do setor aéreo diante da situação financeira das empresas, cujas dívidas aumentaram durante a pandemia do novo coronavírus. Na visão deles, sem o acordo, há risco de uma das companhias acabar encolhendo demais ou até quebrando.

“O ideal seria as três ( Azul, Gol e Latam) operando de forma independente e saudável”, diz o consultor André Castellini, sócio da Bain & Company e especialista no setor aéreo. “Mas isso não parece ser possível. A Azul estava com dificuldade para cumprir as obrigações, vinha reduzindo a malha. E a Gol estava protegida por causa do Chapter 11 ( recuperação judicial pedida nos Estados Unidos).”

Antes cético em relação à probabilidade de o negócio se concretizar, o analista de transportes Alberto Valerio, do UBS BB, diz começar a ver o acordo com “bons olhos”. Para ele, seis meses atrás, uma possível união entre as duas empresas seria mais benéfica para a Azul do que para a Gol.

Isso porque a Azul ainda não havia reestruturado suas dívidas, enquanto a Gol já estava em conversa com credores dentro do processo de Chapter 11. Em dezembro, porém, a Azul anunciou ter fechado acordos com credores que a colocam numa situação mais semelhante à da Gol.

“A Azul tinha muito trabalho para fazer. Agora, acho que tem mais interesse das duas partes em um acordo”, diz o analista. “O negócio também pode ajudar a Gol, que tem de levantar US$ 1,87 bilhão para sair do Chapter 11 em um mercado desafiador.”

Questionado pela possibilidade de o consumidor ter de arcar com um aumento de tarifas, dada uma maior concentração do mercado, Castellini pondera que a situação hoje é diferente do que se tinha antes da pandemia e que o cenário também não seria favorável ao passageiro se a Azul tivesse de deixar de operar outros destinos.

“A consequência para o consumidor depende das alternativas que existem hoje. Mas, com a fusão, com certeza não vai haver redução de tarifa. As empresas têm hoje custos de dívida exorbitantes e quem está disposto a emprestar dinheiro para elas exige um juro muito alto”, afirma.

Valerio também afirma acreditar que uma fusão entre as aéreas não é o ideal, mas que, caso ela não ocorra, o resultado pode ser pior. “Seria muito ruim ter uma delas muito pequena ou fechando.”

O analista do UBS BB frisa, porém, que as duas companhias podem sobreviver e até crescer se a economia brasileira continuar avançando, mas os riscos são altos demais. “A aviação é um pacote de riscos. Tem o risco do petróleo, o da demanda, o do juro, o do dólar. É um setor muito difícil. Nunca se sabe.”

Castellini destaca que a desvalorização do real no último ano deixa as empresas aéreas em situação ainda mais delicada. Com 60% dos custos em dólares, as companhias foram impactadas negativamente pela cotação da moeda, que passou de R$ 4,84 no começo de 2024 para os atuais R$ 6.

O consultor lembra que, com a união dos negócios, a Azul e a Gol poderão reduzir seus custos dado o aumento de escala. “Não deverá ser um ganho enorme, porque as operações devem permanecer separadas, mas sempre dá para unir a parte de aeroporto, administrativa e de sistemas.”

Castellini diz acreditar, porém, que os desafios de integração serão significativos, sobretudo em razão das culturas diferentes das companhias.

Diretores da Azul realizaram uma reunião com analistas de mercados na qual afirmaram que, se o negócio for fechado, a empresa terá ganhos na gestão de frota entre rotas, com benefícios fiscais e nas operações de cargas. Segundo eles, são esperadas sinergias de custos, especialmente com combustível, operações de solo e negociações com fabricantes de motores.

Se o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovasse a união da Gol e da Azul como elas são hoje e sem restrições, a empresa que surgisse do acordo passaria a deter 60,8% do mercado doméstico – enquanto a Latam ficaria com 38,7%. (Estadão Conteúdo)

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https://www.osul.com.br/aviacao-sem-fusao-gol-e-azul-podem-quebrar-dizem-fontes-do-setor/ Aviação: sem fusão, Gol e Azul podem quebrar, dizem fontes do setor 2025-01-17
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