Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de janeiro de 2025
Acordo está previsto para entrar em vigor neste domingo (19), noite de sábado no horário de Brasília. Na foto, Benjamin Netanyahu
Foto: EBCIsrael não vai prosseguir com o cessar-fogo em Gaza até receber uma lista dos 33 reféns que serão libertados pelo Hamas na primeira fase do acordo que entra em vigor neste domingo (19), disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, horas antes da entrada em vigor do pacto.
“Não avançaremos com o acordo até recebermos a lista de reféns que serão libertados, conforme acordado. Israel não tolerará violações do acordo. A única responsabilidade é do Hamas”, disse Netanyahu em nota nesse sábado (18).
Em um pronunciamento também nesse sábado, Netanyahu disse que o acordo de devolução de reféns foi feito em cooperação em conjunto com as administrações Biden e Trump (que assumirá a Presidência no dia 20, mas também mandou representantes ao Oriente Médio), dos EUA.
Ele disse também que a primeira fase do acordo envolve um cessar-fogo temporário, e que tanto Trump quanto Biden concordaram com o direito de Israel de retomar os combates caso a segunda fase do acordo não dê resultados — e que, caso isso ocorra, Israel o fará de formas “novas e mais vigorosas”.
Apesar das declarações do premiê sobre a possibilidade de não prosseguir com o cessar-fogo, as Forças de Defesa de Israel (FDI) já estão se preparando para sair gradualmente de algumas áreas de Gaza, conforme divulgado por agências de notícias.
“Acabei de retornar de uma visita às tropas da IDF na Faixa de Gaza, incluindo comandantes e soldados, que, após longos meses de luta, começaram os preparativos operacionais para implementar o acordo para devolver os reféns”, afirmou o chefe do estado-maior, general Herzi Halevi.
O oficial disse ainda que, nos próximos dias, a IDF se prepararão para uma postura defensiva reforçada ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza, um plano que foi pré-planejado e incorpora componentes defensivos e ofensivos
Aprovação oficial
O governo de Israel só aprovou oficialmente o de cessar-fogo na sexta-feira (17). Horas antes de sua entrada em vigor, os ataques . Faixa de Gaza prosseguem. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, bombardeios israelenses deixaram 88 mortos na sexta.
A aprovação foi um desafio para Netanyahu dentro de seu próprio governo. Membros linha-dura pressionaram o premiê contra o cessar-fogo.
Israel diz que cessar-fogo em Gaza começa na manhã deste domingo.
Cessar-fogo
Cerca de cem pessoas que foram sequestradas pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 ainda estão sob poder do grupo, e a devolução deles é um dos pontos do acordo, que prevê também que Israel liberte centenas de palestinos presos em Israel e interrompa os bombardeios na Faixa de Gaza, podendo chegar a mais de mil detidos.
Não estão claros todos os termos do acordo de troca entre Israel e Hamas, mas a imprensa internacional especula que até 30 ou 50 prisioneiros podem ser libertados em troca de cada refém israelense.
A previsão de liberação dos reféns foi feita após o Gabinete de Segurança de Israel, órgão formado após o início da guerra na Faixa de Gaza, aprovar também o texto — esse passo era necessário para que os termos do acordo fossem aplicados por Israel.
O conflito na Faixa de Gaza foi intensificado em 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas fizeram uma invasão inesperada ao sul de Israel, matando mais de 1.200 pessoas e sequestrando mais de 200. No mesmo dia, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao Hamas, que governava a Faixa de Gaza.
Ao longo de mais de um ano de guerra, bombardeios de Israel e incursões terrestres mataram cerca de 48 mil palstinos, segundo o Hamas, muitos dos quais civis, mulheres e crianças. As ações militares também reduziram grandes áreas da Faixa de Gaza — principalmente no norte — a escombros e causaram uma crise humanitária envolvendo toda a população de 2,3 milhões de habitantes do território.