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Brasil Especialistas avaliam influência do clã Bolsonaro na decisão do governo eleito dos Estados Unidos para seu representante diplomático no país

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Entre especialistas de política externa, é avaliada a hipótese de a família Bolsonaro, em especial o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), influenciar na indicação. (Foto: Reprodução)

A escolha do novo embaixador dos EUA no Brasil pode ser o primeiro lance de uma entrada definitiva de Donald Trump na política interna brasileira. A definição está demorando. Trump já indicou novos titulares para Argentina, México e Panamá, mas nada falou ou sinalizou sobre Brasília. Entre especialistas de política externa, é avaliada a hipótese de a família Bolsonaro, em especial o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), influenciar na indicação.

O deputado está nos Estados Unidos e deve assistir a posse de Trump na segunda-feira (20), em meio a uma entourage de dezenas de parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que não teve o passaporte devolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para viajar a Washington. Eduardo Bolsonaro estava em Mar-a-Lago, resort particular de Trump, quando o resultado da eleição presidencial americana foi anunciado.

Já o PT e o governo brasileiro não têm pontes com o Partido Republicano, diferentemente do que ocorreu em 2003, quando em seu primeiro governo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou a iniciativa de estabelecer uma relação de relativa proximidade com George W. Bush.

“Com exceção do Eduardo Bolsonaro, não há nenhuma liderança política com interlocução com Trump, nem à direita”, comentou o professor de relações internacionais da FGV Matias Spektor. A se confirmar o cenário do bolsonarismo influenciar na escolha do embaixador, o envolvimento de Trump na sucessão presidencial no Brasil estará contratado. E seu peso não é pequeno.

“Só há duas embaixadas que movem a agulha da política interna: a dos Estados Unidos e a da China”, opina outro especialista, Feliciano de Sá Guimarães, da USP. Feliciano relembra que, no governo Bolsonaro, a pressão da China, vocalizada pelo embaixador Yang Wanming, colaborou para derrubar Ernesto Araújo do comando do Itamaraty

Na eleição brasileira de 2022, o presidente americano, Joe Biden, endossou a legitimidade do processo eleitoral conduzido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que fragilizou a estratégia de Bolsonaro de minar a credibilidade do Judiciário. Há chances de Trump representar em 2026 o papel oposto, na visão de Hussein Kalout, ex-secretário de Assuntos Estratégicos no governo Temer. A importância de um embaixador americano que seja um interlocutor privilegiado do bolsonarismo, contudo, não deve ser exagerada. Não se tratará de um novo Lincoln Gordon, diplomata que foi um dos conspiradores do golpe de 64. Como comenta Kalout, “os EUA sabem como interferir” e sabem também até onde um embaixador pode ir.

A linha central já está dada, e independe da força que o clã Bolsonaro terá junto à embaixada: Trump já sinalizou que os Estados Unidos buscam reaver uma posição privilegiada na América Latina. O ataque virá em camadas: na primeira fila o México, na fronteira sul. Na segunda os antagonistas de ordem ideológica: Cuba, Nicarágua e Venezuela. Na terceira o resto. Mas o resto não tende a ser esquecido.

A rede social X esteve banida do país por alguns meses em 2024, na sequência da decisão do Musk de desacatar decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF, condutor do inquérito sobre atividades antidemocráticas que tem Bolsonaro como principal investigado. Em resposta a uma provocação feita pelo primeira-dama Janja da Silva, que se referiu ao empresário com palavrões, Musk comentou nas redes sociais que “eles vão perder a eleição”, em uma referência ao atual governo brasileiro.

No começo deste mês, o dono do grupo Meta, Mark Zuckerberg, anunciou a atenuação da política de moderação nas redes sociais Instagram e Facebook e o fim gradativo da checagem profissional. O anúncio foi recebido pelo governo brasileiro como uma ameaça clara e pode influir no julgamento sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, no Supremo.

O julgamento pode tornar as “big techs” como o Meta e a X corresponsáveis pelo conteúdo que ajudam a disseminar. Zuckerberg foi explícito em dizer que contará com a pressão do governo americano contra países que tentem regulamentar as redes sociais. É exatamente isso que o STF tende a fazer. Será o primeiro fio desencapado a potencialmente tensionar a relação bilateral, observa Kalout. O segundo, em 2026, pode ser o processo eleitoral brasileiro. No vértice entre um fio desencapado e outro, estará o Judiciário. As informações são do Portal Valor Econômico.

 

 

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